Os aliados da NATO manifestaram a sua total solidariedade para com a Polónia após a violação do espaço aéreo por drones. A chamada iniciativa "Sentinela de Leste" reforçará o flanco oriental.
Na sequência da violação do espaço aéreo polaco por, pelo menos, 19 drones russos no início da semana, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, anunciou o programa Eastern Sentry - "Sentinela de Leste", numa tradução livre - que visa impedir novas incursões russas e mostrar solidariedade para com a Polónia.
"Vemos drones a violar o nosso espaço aéreo. Quer tenha sido intencional ou não, é inaceitável. Os aliados expressaram a sua total solidariedade com a Polónia. É crucial combater a agressão e defender todos os membros da Aliança. A defesa do flanco oriental é a nossa tarefa fundamental. É por isso que estamos a lançar a iniciativa Sentinela de Leste para reforçar ainda mais o nosso flanco leste", afirmou o secretário-geral da NATO.
Rutte sublinhou ainda que o flanco oriental da NATO defende toda a aliança, sublinhando que os mais recentes mísseis russos, "quando forem lançados, atingem uma velocidade cinco vezes superior à do som e demoram mais cinco ou dez minutos a chegar a Madrid ou Londres do que a Tallin ou Vilnius", realçou. "Nesse sentido, concordemos que, dentro desta aliança de 32 países, todos vivemos no flanco leste", disse o secretário-geral da NATO.
O programa que prevê o reforço da presença militar da NATO nos países do leste da Europa terá início já na noite desta sexta-feira.
Questionado várias vezes, Rutte recusou-se a responder categoricamente se considerava que a invasão de drones russos na Polónia tinha sido acidental - evitando dar uma dimensão ainda mais grave ao incidente.
Ao lado de Rutte, Alexus Grynkewic, comandante supremo aliado da NATO, explicou que a "Sentinela de Leste" envolverá novos ativos, nomeadamente caças Rafale de França e F-16 Dinamarqueses, além de algumas capacidades de defesa aérea baseadas em terra e que precisarão de um "novo projeto de defesa".
Já o secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, que em fevereiro chamou à Polónia "um aliado exemplar da NATO", também falou esta sexta-feira com o vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa polaco, Władysław Kosiniak-Kamysz, que sublinhou numa publicação no X que a Polónia podia contar com o apoio total dos EUA.
"Ele garantiu-me que a Polónia pode contar com a amizade e o apoio total dos aliados dos Estados Unidos", escreveu Kosiniak-Kamysz.