Autárquicas 2025: Carlos Moedas e Pedro Duarte reclamam vitórias em Lisboa e no Porto

No discurso de vitória, Carlos Moedas reservou uma primeira palavra aos eleitores lisboetas, agradecendo a reeleição para o cargo de presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

"Os lisboetas falaram, votaram e decidiram. Os lisboetas decidiram continuar connosco mais quatro anos, continuar com este projeto", festejou.

Destacou também que reforçou a votação de há quatro anos, "com mais 30 mil votos",  o que mostra que "os lisboetas querem mais Moedas". Segundo o autarca, este reforço da votação prova que os eleitores querem mais "firmeza" e mais "capacidade" para continuar o projeto, ainda que sem maioria, mas com mais um vereador do que tinha até aqui. Agora, com 8 vereadores, fica a um vereador da maioria absoluta.

Moedas avisou ainda que o resultado eleitoral também significa "mais responsabilidade" para a oposição, porque os lisboetas mostraram que querem "estabilidade", apelando à oposição que "deixe governar".

"Isto exige de todos os eleitos muita responsabilidade, exige que se ponha o interesse da cidade acima de tudo, acima dos partidos, acima das querelas, e não foi isso que aconteceu no primeiro mandato. Para governarmos a cidade, precisamos de todos à volta da mesa", frisou, assegurando que, quanto a si, o interesse da cidade estará sempre acima de qualquer outro interesse.

Luís Montenegro, presidente do PSD e primeiro-ministro de Portugal, realçou a vitória em toda a linha do PSD nesta noite eleitoral.

"Esta foi a força política que teve mais votos, mais mandatos, mais presidentes de câmara municipal, que teve uma vitória história nos cinco maiores concelhos do país e que se apresenta em condições de liderar a Associação de Muncípios do país", destacou.

Montenegro recordou que, em 2022, quando chegou ao cargo de presidente do PSD, tinha um objetivo: tornar o PSD com maior representativa ao nível de municípios e freguesias.

"Muitos consideram esse objetivo inalcançável e difícil", afirmou, lembrando que a diferença face ao PS era significativa. "Nestes últimos três anos preparámos o caminho que nos trouxe até aqui. Voltámos a ser o maior partido português no poder local, no poder regional e somos também o maior partido português na Assembleia da República", declarou.

Agradecendo o "apoio" dos portugueses que "confiaram" no PSD, Montenegro afirmou que o partido existe "para transformar a vida dos portugueses". 

Pedro Duarte festejou a vitória no Porto, considerando que a cidade "voltou a dar mais uma prova da sua grandiosidade, civismo e, de forma tão sábia, decidir nos momentos-chave aquilo que quer para o seu futuro".

O social-democrata sublinhou que "os outros 11 candidatos não ficaram em primeiro, mas são também vencedores esta noite". "Ganhou a democracia, e a democracia ganha-se com aqueles que vencem as eleições e aqueles que não conseguem ficar em primeiro lugar", afirmou no discurso de vitória.

Pedro Duarte deixou ainda uma "saudação especial" a Manuel Pizarro. "É alguém por quem tenho uma grande estima pessoal, admiração política e cuja devoção à cidade do Porto não está em causa com este resultado. É um grande portuense", elogiou.

Alexandra Leitão, cabeça de lista da coligação PS/Livre/BE/PAN à Câmara Municipal de Lisboa, assumiu a derrota nesta noite eleitoral, adiantando que já deu os parabéns a Carlos Moedas pela vitória.

A socialista destacou que liderou "uma convergência que não se arrepende de ter feito". "A caminhada valeu por si só", garantiu, assumindo “inteiramente a responsabilidade" pelo resultado que não foi o que queria.

Alexandra Leitão prometeu ainda "lealdade a quem ganhou as eleições" e uma "oposição rigorosa e firme".

"Em democracia, quem ganha tem legitimidade para governar e quem perde tem legitimidade e o dever de fazer oposição. É o que vamos fazer", reforçou.

O candidato socialista à Câmara do Porto, Manuel Pizarro, já assumiu a derrota. "O resultado eleitoral não é, manifestamente, aquele que nós almejávamos", reconheceu.

Pizarro avançou que já ligou a Pedro Duarte "para o congratular" pela vitória, mas lembrando que o PS duplicou o número de vereadores. "Teremos seis vereadores na câmara municipal, dois presidentes de junta de freguesia e cá estaremos para trabalhar com o Porto", garantiu.

O presidente do Chega, André Ventura, festejou um grande vitória do partido, mas reconheceu os resultados aquém do esperado, com as três autarquias conquistadas.

"Elegemos centenas de autarcas pelo país todo, é uma grande vitória. Porém, queríamos ganhar mais câmaras", referiu, numa primeira reação.

"O país ficou hoje mapeado também com as cores do Chega", afirmou, apontando que foram eleitos os primeiros presidentes de câmara da história do partido, destanco que o Chega é agora "um partido com responsabilidade autárquica".

Ventura referiu ainda que o partido "mais do que quadriplicou" os resultados de 2021, as primeiras autárquicas em que foi a votos.

O líder do PS José Luís Carneiro considerou que os resultados eleitorais mostram que "o PS voltou como grande partido da alternativa política ao Governo".

"Para aqueles que entendiam que o PS estava numa perda definitiva de representatividade na sociedade portuguesa, o PS mostrou vitalidade, voltou, e os portugueses voltaram a confiar no PS", afirmou Carneiro, sublinhando a "conquista de cinco capitais de distrito" (Coimbra, Faro, Bragança, Évora, Viseu).

Apesar disso, assumiu que o PS vai conquistar menos quatro câmaras que a AD: fica com 130 e a AD com 134, nas contas do socialista.

No entanto, destacou a "hegemonia" do PS no Algarve, "onde havia profundas preocupações com o crescimento da extrema-direita". Contabiliza 11 câmaras para o PS, duas para o PSD, Chega, CDU e independentes com uma cada um.

"O Chega que veio prometer 60 câmaras, mas está relegado para uma quinta posição atrás da CDU e do próprio CDS", atirou o secretário-geral socialista.

O secretário-geral do PCP reconheceu que o resultado da CDU (coligação formada pelo PCP e pelo PEV) nas eleições autárquicas foi negativo e a coligação ambicionava mais, mas considerou haver "elementos de resistência", como a conquista de quatro novas autarquias, referindo-se a Sines, Montemor-o-Novo, Mora e Aljustrel.

"Novas conquistas, desmentindo assim os vaticínios sobre o inevitável sentido de perda da CDU, e confirmando as reais possibilidades de avançar", assinalou Paulo Raimundo, destacando a tendência positiva em Lisboa, "com a eleição de João Ferreira, que traduz o valor e força da CDU".

A coligação PSD/CDS-PP venceu as eleições autárquicas em Guimarães, retirando o poder ao PS que governou nos últimos 36 anos, com o cabeça de lista pela coligação, Ricardo Araújo, a classificar a vitória como "histórica".

"Os vimaranenses quiseram mudar, deram um sinal claro e esta vitória é expressiva. Ainda não sabemos com rigor os resultados finais, mas é uma grande vitória da coligação Juntos por Guimarães, após o PS governar durante 36 anos", afirmou Ricardo Araújo, em declarações à agência Lusa.

Rui Cristina será o novo presidente da Câmara Municipal de Albufeira, no distrito de Faro. O Chega conseguiu 40,51% dos votos, à frente dos 32,30% da coligação PSD/CDS-PP.

O Chega conquista assim a terceira presidência de câmara nesta noite eleitoral.

Nelson Cunha foi eleito presidente da Câmara Municipal do Entroncamento, no distrito de Santarém. O candidato do Chega conseguiu 37,34% dos votos, à frente dos 30,55% da coligação PSD/CDS-PP.

O partido de André Ventura consegue assim a segunda câmara esta noite, estando também perto de conquistar a Câmara de Albufeira. 

O candidato social-democrata, Luís Filipe Menezes, declarou a vitória em Vila Nova de Gaia,

"A vitória para a câmara está garantida", afirmou o candidato que encabeça a coligação PSD/CDS/IL que regressa ao poder 12 anos depois.

Luís Filipe Menezes realçou que venceu na junta de freguesia de Oliveira do Douro. "Era a terra de Eduardo Vítor Rodrigues e de João Paulo Correia. É um antro da má gestão socialista", afirmou, anunciando que vai fazer auditorias a todas as áreas do município.

Recorde-se que Eduardo Vítor Rodrigues perdeu o mandato após uma condenação do Tribunal de Vila Nova de Gaia por um crime de peculato por usar, de forma pessoal, um veículo elétrico do município.

Confirma-se aquilo que tinha sido anunciado mais cedo por André Ventura. Fechou a contagem em São Vicente, na Madeira, com o Chega a eleger o primeiro presidente de câmara na sua história, José Carlos Gonçalves.

Num município que até agora era liderado por PSD/CDS-PP, o Chega obteve quase 50% dos votos (1705 votos).

O coordenador autárquico da Iniciativa Liberal, Miguel Rangel, saudou o melhor resultado de sempre do partido em Braga, onde deverá eleger o ex-líder Rui Rocha para a vereação.

"Em Braga, sabemos agora que, aparentemente, a Iniciativa Liberal poderá ter o melhor resultado de sempre", mas, "de resto, o que temos de informações de momento é que será uma noite longa", afirmou aos jornalistas, na sede do partido, no Porto.

À chegada ao quartel-general do Chega, em Lisboa, André Ventura começou por anunciar a primeira vitória da noite para o partido, na Madeira. "Falei com o presidente da distrital que me confirmou a vitória na Câmara Municipal de São Vicente", anunciou aos jornalistas, apesar de ainda não estarem disponíveis os resultados no portal do SGMAI.

"Aparentemente, o Chega torna-se um partido de vitórias autárquicas", continuou Ventura, acrescentando que o partido espera ainda ganhar algumas autarquias no distrito de Setúbal, nomeadamente Moita.

Na sede nacional do PS, Filipe Santos Costa reagiu às projeções, confessando que o partido "está animado" com os dados que, segundo o dirigente, indicam que "o PS está de volta como grande partido nacional".

"Temos indicadores muito positivos por todo o país, incluindo capitais de distrito e alguns dos municípios mais populosos", afirmou o socialista.

A projeção da RTP analisou também as autarquias de Coimbra, Braga, Sintra, Vila Nova de Gaia, Faro, Loures e Setúbal. No total, das nove autarquias, a projeção da Católica aponta para empate técnico em seis. Para além de Lisboa e Porto, há também empate em Braga, Sintra, Vila Nova de Gaia e Setúbal.

Coimbra

• Ana Abrunhosa (PS/PAN/Livre): 42 a 46% (5 a 7 de mandatos)
• José Manuel Silva (PSD/CDS/IL): 35 a 39% (4 a 5 mandatos)
• Maria Lencastre (Chega): 7 a 10% (0 a 1 mandato)

Braga

• António Braga (PS): 22-26% (2 a 4 mandatos)
• João Rodrigues (PSD, CDS, PPM): 20-24% (2 a 4 mandatos)
• Ricardo Silva (Indepentente): 19-23% (2 a 3 mandatos)
• Rui Rocha (IL): 13-16% (1 a 2 mandatos)
• Filipe Aguiar (CH): 9-11% (1 mandato)

Sintra

• Marco Almeida (PSD/PAN/IL): 33-37%
• Ana Mendes Godinho (PS/Livre): 32-36%
• Rita Matias (CH): 19-22%

Vila Nova de Gaia

• Luís Filipe Menezes (PSD-CDS-IL): 39-43%
• João Paulo Correia (PS): 37-41%
• António Barbosa (CH): 8-12%

Faro

• António Miguel Pina (PS): 39-44% (4 a 5 mandatos)
• Cristóvão Norte (PSD, CDS, IL, PAN, MPT): 32-36% (3 a 4 mandatos)
• Pedro Pinto (CH): 13-16% (1 mandato)

Loures

• Ricardo Leão (PS): 44-48% (5 a 7 mandatos)
• Bruno Nunes (CH): 17-20% (2 mandatos)
• Nélson Baptista (PSD, CDS): 14-17% (1 a 2 mandatos)
• Gonçalo Caroço (CDU): 9-12% (1 mandato)

Setúbal

• Maria das Dores Meira (Independente com apoio do PSD): 29-34% (3 a 5 mandatos)
• Fernando José (PS): 27-31% (3 a 5 mandatos)
• António Cahaço (CH): 16-21% (1 a 3 mandatos)
• André Martins (CDU): 10-13% (1 mandato)

A projeção dos resultados da Universidade Católica para a RTP também aponta para um empate na disputa pela Câmara do Porto, no entanto o candidato da coligação PSD/CDS/IL surge ligeiramente à frente do candidato do PS. Pedro Duarte consegue 36-40% (5-7 mandatos) e Manuel Pizarro 33-37% (5-7 mandatos).

Ainda com a eleição dada como garantida surge o Chega. Miguel Corte-Real obtém 6-9% (1 mandato).

Com possibilidade de eleição, mas sem que a mesma seja garantida, surge o independente Filipe Araújo e Diana Ferreira da CDU, ambos podendo não eleger ou conseguir um mandato, registando entre 4% e 6%.

Projeção RTP para o Porto:

• Pedro Duarte (PSD, CDS, IL): 36-40% (5 a 7 mandatos)
• Manuel Pizarro (PS): 33-37% (5 a 7 mandatos)
• Miguel Côrte-Real (CH): 6-9% (1 mandato)
• Filipe Araújo (Independente): 4-6% (0 a 1 mandato)
• Diana Ferreira (CDU): 4-6% (0 a 1 mandato)
• Hélder Sousa (L): 3-5%
• Sérgio Aires (BE): 1-3%
• Nuno Cardoso (NC, PPM): 1-3%
• Guilherme Alexandre Jorge (Volt Portugal): 0-1%
• Frederico Duarte Carvalho (ADN): 0-1%
• Maria Amélia Costa (PTP): 0-1%
• Luís Tinoco Azevedo (PLS): 0-1%

A projecção à boca das urnas feita pela Universidade Católica para a RTP mostra que os dois principais candidatos a Lisboa estão totalmente empatados.

Tanto Carlos Moedas (PSD/CDS/IL) como Alexandra Leitão (PS/BE/L/PAN) surgem com um intervalo de 37-42%, podendo eleger entre 6 e 9 mandatos na Câmara de Lisboa.

Também a luta pelo terceiro lugar está acesa, com a CDU a registar uma ligeira vantagem sobre o Chega.

João Ferreira obtém entre 8% e 11% e pode eleger entre 1 e 2 mandatos. Também o Chega pode eleger entre 1 e 2 mandatos, ainda que surja ligeiramente atrás na votação potencial (7-10%).

Mais nenhum partido surge com possibilidades de eleição na autarquia da capital.

Projeção RTP para Lisboa:

• Carlos Moedas (PSD, CDS, IL): 37-42% (6 a 9 mandatos)
• Alexandra Leitão (PS, L, BE, PAN): 37-42% (6 a 9 mandatos)
• João Ferreira (CDU): 8-11% (1 a 2 mandatos)
• Bruno Mascarenhas (CH): 7-10% (1 a 2 mandatos)
• Adelaide Ferreira (ADN): 0-1%
• José Almeida (Volt): 0-1%
• Luís Mendes (RIR): 0-1%
• Ossanda Líber (Nova Direita): 0-1%
• Sofia Afonso (MPT): 0-1%
• Tomaz Dentinho (PPM, PTP): 0-1%

O primeiro-ministro e líder do PSD já se encontra na sede dos sociais-democratas no Porto. Luís Montenegro disse "aguardar com toda a serenidade" os resultados desta noite eleitoral.

"Sinto-me tranquilo. Apresentámos candidaturas fortíssimas. Temos um projeto para o país que está em execução e também mereceu a sua expressão do ponto de vista territorial com as suas candidaturas", afirmou.

Alexandra Leitão já se encontra na sede de campanha do PS em Lisboa. Aos jornalistas garantiu que não traz "nenhum discurso escrito", nem de vitória nem de derrota.

A candidata da coligação PS/Livre/BE/PAN à Câmara Municipal de Lisboa assumiu responsabilidades por "qualquer resultado". "Será sempre responsabilidade minha", referiu, mantendo a convicção de que "esta campanha foi sempre em crescendo" e que "o PS sozinho ou coligado foi-se afirmando".

A socialista disse ainda aguardar pelos resultados "com toda a tranquilidade e segurança".

O candidato à Câmara do Porto pela coligação PSD/CDS/IL, Pedro Duarte já chegou à sua sede de campanha, na Avenida dos Aliados, e disse estar "muito confiante".

"Independentemente do resultado que se vier a apurar, o povo do Porto pronuncia-se bem", afirmou considerando que fez uma campanha "de convicções, se calhar contra o politicamente correto".

Pedro Duarte assegurou aos jornalistas que não tem um discurso de vitória preparado: "Se ganhar vai ser mesmo a emoção do momento. Não tenho nada preparado porque tudo pode acontecer”.

Questioado sobre se ficará ou não como vereador se não for eleito presidente de Câmara, mantém o que sempre disse durante a campanha: ficará se isso for compatível com a sua vida profissional.

As assembleias de voto encerraram às 19h00 no continente e na Região Autónoma da Madeira.

Na Região Autónoma dos Açores, as urnas mantêm-se abertas durante mais uma hora.

As primeiras projeções dos resultados são conhecidas às 20h00 (hora de Lisboa), depois de todas as urnas estarem encerradas.

Uma nova projeção da Universidade Católica para a RTP aponta para um taxa de abstenção entre os 43% e os 48%.

Estes valores estão em linha com as projeções avançadas pela CNN Portugal e pela SIC Notícias.

Na chegada à sede do PS, no Largo do Rato, em Lisboa, Carlos César, presidente do PS, recordou que o partido "vem de uma eleição legislativa onde teve uma derrota muito visível, onde perdeu em muitos concelhos e lugares". "Agora desejaria que isso não se repetisse", vincou.

"Aquilo que estará em observação é se o PS está ou não a recuperar do desaire eleitoral que teve nas legislativas. Se tivermos uma votação francamente diferente das legislativas já fico satisfeito que o PS está recuperar a sua condição de grande partido no país e a sua condição de alternativa à AD e isso é fundamental", completou.

O candidato do PS à Câmara Municipal do Porto disse estar "muito confiante", sublinhando que fez "tudo o que tinha obrigação de fazer para ganhar o voto de cada portuense".

Em declarações ao jornalistas no final desta tarde, o antigo ministro da Saúde destacou ter sentido grande apoio nas ruas durante uma campanha eleitoral que considera ter sido "em crescendo".

À chegada ao hotel em Lisboa onde vai acompanhar o desenrolar da noite eleitoral, Carlos Moedas disse estar com "muita tranquilidade e serenidade à espera do que será a palavra dos lisboetas".

Questionado pelos jornalistas sobre a ausência de Luís Montenegro, que estará no Porto e não em Lisboa, o ainda presidente da Câmara Municipal de Lisboa e recandidato ao cargo preferiu não comentar o tema.

Recorde-se que o líder do PSD vai estar esta noite eleitoral ao lado do candidato social-democrata à Câmara Municipal do Porto, Pedro Duarte.

Uma projeção da CNN Portugal aponta para uma abstenção nestas eleições autárquicas entre 43,3 e 48,3%. 

Uma outra projeção da SIC Notícias avança com os mesmos valores.

Em 2021, a taxa de abstenção fixou-se nos 46,35%. Caso o pior cenário se verifique, este pode mesmo ser o ano com maior abstenção em eleições autárquicas.

A coligação do Partido Socialista (PS) e do PAN - Em Oeiras Todos Contam apresentou uma queixa na CNE, alegando que eleitores terão sido transportados numa carrinha utilizada anteriormente na campanha de Isaltino Morais, avança o Correio da Manhã.

"Na freguesia de Porto Salvo de forma abusiva estão a ser transportadas pessoas indevidamente por carrinhas descaracterizadas que durante a campanha tinham autocolantes do Inovar 25. Aquando o transporte de eleitores os mesmos recebem indicação para votar no Inovar 25", refere a queixa, cita o mesmo jornal.

O Chega apresentou uma queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE) "após receber informações de que, na freguesia de Paranhos, a junta de freguesia presidida por um executivo do PSD, pretende transportar as urnas de voto e respetivos boletins sem escolta policial para a própria junta", em vez de para o tribunal.

O partido considera o procedimento "altamente irregular e suscetível de pôr em causa a confiança no ato eleitoral".

Além disso, o Chega alega que a presidente da Junta de Freguesia de Ramalde "tem sido vista na escola Maria Lamas, nas imediações das urnas de voto, falando com eleitores". 

Armando Grave, candidato do Chega à Assembleia Municipal de Aveiro e deputado à Assembleia da República pelo círculo de Aveiro, também apresentou uma queixa à CNE esta manhã, alegando que "a senhora presidente da Junta de Freguesia de Aradas está a rececionar os fregueses à porta do espaço da assembleia de voto".

Em declarações à Ria - Rádio Universitária de Aveiro, o candidato disse que a situação ocorreu "na entrada para esse espaço, no portão da escola" onde decorre o ato eleitoral.

"Consideramos que é uma violação do que está definido legalmente”, afirmou.

O deputado acrescentou ainda ter a "impressão de que houve mais partidos que apresentaram queixa" e apelou para que "todos os partidos que estavam a assistir e que também reclamaram lá também o tenham feito formalmente".

A afluência às urnas rondava os 43,42% pelas 16h00, segundo dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI), confirmando uma maior participação, ainda que residual, relativamente a 2021, no mesmo horário.

Nas últimas autárquicas, em 2021, a participação eleitoral provisória situava-se nos 42,34% pelas 16h00.

Já em 2017 a participação eleitoral rondava os 44.39% à mesma hora, em 2013 apenas chegou aos 43.43%, em 2009 chegou aos 45.3% e em 2005 atingiu 48,00%.

A taxa de abstenção em eleições autárquicas tem estado acima dos 40% desde 2009 e há quatro anos registou-se a segunda mais alta percentagem, 46,35%, um pouco abaixo do valor recorde de 47,4% atingido em 2013.

Após ter votado em Molares, Celorico de Basto, no distrito de Braga, o Presidente da República garantiu

não estar preocupado com a abstenção porque a campanha foi "muito mexida e participada", não vendo razões para os eleitores, nomeadamente os jovens, não irem votar.

"Foi uma campanha muito, muito mexida, muito participada, com debates, e mesmo a nível local, e com o interesse da gente nova. A grande dúvida era saber se os jovens se interessavam ou não. Ora, os jovens, nas últimas eleições legislativas, mostraram uma participação crescente. Não há razão para, a nível local, que quem conhece muito melhor os candidatos e estão mais próximos, não haver um aumento também de participação", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado lembrou que as últimas eleições autárquicas ocorreram "num momento próximo de saída da pandemia" da Covid-19, "o que poderá ter levado menos gente às urnas".

Marcelo falou ainda da importância das eleições deste domingo, numa altura em que "os problemas locais ganham muito relevo, devido ao dinheiro que está aí para ser gasto".

"Há uma parte desse dinheiro que vem da Europa e que é muito, e que é por uma vez, não voltamos a ter assim tanto dinheiro. Uma parte é gasta através das autarquias", vincou.

Estas eleições são marcadas por disputas taco-a-taco entre o centro-esquerda e o centro-direita nas duas principais cidades do país. Já o Chega tem uma possibilidade real de eleger presidentes de Câmaras Municipais, em especial nas regiões do Alentejo e do Algarve. 

Portugueses votam nas autárquicas mais disputadas de sempre

Pela primeira vez, a extrema-direita pode eleger presidentes de Câmara em Portugal, com o Chega bem posicionado em vários municípios. Estas eleições são marcad…

Com 89 presidentes de câmara de saída nestas eleições, o Chega tenta alcançar o poder local. Em Lisboa, Carlos Moedas luta pela reeleição. No Porto, está tudo em aberto. A que devemos estar atentos nestas autárquicas?

Portugal vai a votos no domingo. O que pode mudar com as eleições autárquicas?

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A afluência às urnas nas eleições autárquicas rondava os 21,72% pelas 12h00, segundo dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI), valor ligeiramente acima do registado na votação anterior.

Nas últimas autárquicas, em 2021, a participação eleitoral provisória situava-se nos 20,94% pelas 12h00.

Já em 2017 a participação eleitoral rondava os 22,05% à mesma hora, em 2013 apenas chegou aos 19,44%, em 2009 chegou aos 21,23% e em 2005 atingiu 21,35%.

Mais de 9,3 milhões de eleitores estão este domingo inscritos para votar nas eleições autárquicas. Destes mais de 41 mil são cidadãos estrangeiros (18.319 da União Europeia e 22.799 provenientes de fora da União Europeia).

As secções de voto estão abertas entre as 08h00 e as 19h00 (nos Açores fecham quando forem 20h00 no continente). Os eleitores vão eleger os órgãos dirigentes de 308 câmaras municipais, 308 assembleias municipais e 3.221 assembleias de freguesia.

Segundo dados ainda provisórios da CNE, candidatam-se mais de 800 forças políticas e grupos de cidadãos.

No total, 1.584 listas de partidos, coligações e grupos de cidadãos são candidatas às câmaras municipais, 1.519 às assembleias municipais e 9.764 listas a assembleias de freguesia, de acordo com dados extraídos das listas mais atualizadas da SGMAI.

Em mais de 300 freguesias portuguesas existe apenas uma lista candidata às eleições, a maioria delas do PSD, pelo que os vencedores são já conhecidos, de acordo com os dados disponibilizados pela CNE.