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Aliados europeus da NATO comprometem-se a comprar mais armas americanas para a Ucrânia

Soldados ucranianos disparam um morteiro de 120 mm contra posições do exército russo perto de Chasiv Yar, 16 de março de 2025
Soldados ucranianos disparam um morteiro de 120 mm contra posições do exército russo perto de Chasiv Yar, 16 de março de 2025 Direitos de autor  Ukrainian 24th Mechanized brigade
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De Shona Murray & Alice Tidey
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Mais 10 aliados alinharam-se para aderir à recém-criada iniciativa PURL da NATO, criada para comprar aos EUA sistemas de armamento muito procurados, perante a escassez de fornecimentos.

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Mais 10 aliados europeus da NATO assinaram o acordo de adesão à Lista de Necessidades Prioritárias da Ucrânia (PURL) durante uma reunião dos ministros da Defesa da aliança em Bruxelas, na quarta-feira, numa tentativa de compensar o recente défice de fornecimento ao país.

O novo acordo financeiro prevê que os aliados europeus comprem armas fabricadas nos Estados Unidos (EUA), que são depois transferidas para a Ucrânia.

Os novos dados sobre a ajuda militar ocidental à Ucrânia mostram que esta caiu 43% em julho e agosto, em comparação com a primeira metade do ano, de acordo com o Instituto Kiel da Alemanha, que acompanha a defesa e o apoio financeiro a Kiev.

O PURL é fundamental para que a Europa e o Canadá se comprometam a assumir a maior parte dos encargos com a segurança da Ucrânia, que continua a defender-se da invasão russa em grande escala.

"Sabemos o que a Ucrânia precisa para se manter forte na luta e algumas dessas coisas só os EUA podem fornecer, por exemplo, estes intercetores para os sistemas Patriot", disse o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, aos jornalistas.

Reunião do Grupo de Contacto da Defesa da Ucrânia na sede da NATO em Bruxelas, 15 de outubro de 2025
Reunião do Grupo de Contacto da Defesa da Ucrânia na sede da NATO em Bruxelas, 15 de outubro de 2025 AP Photo

"Trata-se de um apoio militar único que só os EUA podem fornecer. E é por isso que precisamos desta iniciativa PURL. Esta lista das necessidades da Ucrânia, que apenas os EUA podem fornecer, é paga pelos aliados".

Antes da reunião, apenas seis países (Países Baixos, Dinamarca, Noruega, Suécia, Canadá e Alemanha) tinham aderido à iniciativa PURL, mas na reunião de quarta-feira mais 10 países aderiram, após pressão do chefe da NATO e dos EUA.

"A expetativa hoje é que mais países forneçam ainda mais, que comprem ainda mais para ajudar a Ucrânia, para levar o conflito a uma conclusão pacífica", afirmou o secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, aos jornalistas.

O objetivo do programa PURL é assegurar um fluxo previsível de apoio letal e não letal à Ucrânia, que inclui também a defesa aérea.

Após uma reunião do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, juntamente com o ministro da Defesa ucraniano, Denis Shmyhal, a Alemanha também anunciou um compromisso de 2 mil milhões de euros, incluindo armas antitanque e dinheiro para sistemas de defesa aérea Patriot.

Defesa do espaço aéreo

Na reunião de quarta-feira, os aliados da NATO também concordaram em aumentar significativamente as capacidades de dissuasão da aliança para responder de forma mais eficaz ao recente aumento de incursões de drones e aviões russos que violam o espaço aéreo em vários países da NATO.

No início do dia, os ministros da defesa da aliança de 32 países debateram medidas contra os drones, na sequência da série de violações do espaço aéreo ocorridas na Polónia, Estónia, Roménia e Dinamarca.

As incursões, algumas das quais atribuídas à Rússia, aceleraram as discussões sobre a forma de integrar a tecnologia na postura de defesa e dissuasão da aliança.

A questão foi também catapultada para o topo da agenda de defesa da UE, com a Comissão Europeia a solicitar o financiamento prioritário do chamado "muro antidrones".

Pássaros sobrevoam as ruínas de um edifício em Kostiantynivka, 13 de outubro de 2025
Pássaros sobrevoam as ruínas de um edifício em Kostiantynivka, 13 de outubro de 2025 AP Photo

No seu roteiro de preparação para a defesa, que deverá ser apresentado oficialmente na quinta-feira, o executivo da UE estima que o muro poderá estar "totalmente funcional" no final de 2027.

Tanto a NATO como a UE insistem, no entanto, que não estão a duplicar o trabalho e que existe uma clara divisão de tarefas, apesar de 23 dos 27 Estados-membros da UE serem também aliados da NATO.

O chefe da aliança, Mark Rutte, disse aos jornalistas que as duas organizações estão a "utilizar os pontos fortes uma da outra".

"Já temos muito em que pensar, não queremos fazer nada que o outro faça melhor. Posso garantir-vos", afirmou, referindo-se à estreita cooperação com os funcionários da UE, incluindo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a responsável pela política externa, Kaja Kallas, e o Comissário da Defesa, Andrius Kubilius.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, e a chefe da política externa da UE, Kaja Kallas, durante uma conferência de imprensa em Kiev, 13 de outubro de 2025
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, e a chefe da política externa da UE, Kaja Kallas, durante uma conferência de imprensa em Kiev, 13 de outubro de 2025 AP Photo

Kallas, que presidiu a uma reunião dos ministros da Defesa da UE na quarta-feira à noite para apresentar o roteiro, também insistiu que a NATO e a UE estão a "complementar-se mutuamente" a este respeito.

"É claro que os planos militares vêm da NATO, isso é muito claro. Mas a aquisição tem de ser feita pelos Estados-membros. Os Estados-membros têm de comprar estes equipamentos para cumprir os objetivos de capacidade da NATO", afirmou. "É nisso que estamos a tentar ajudá-los".

Os líderes da UE, que se reunirão para uma cimeira em Bruxelas na próxima semana, devem sublinhar que o bloco precisa de "desenvolver, com urgência, capacidades antidrone e de defesa aérea", de acordo com o projeto de conclusões visto pela Euronews.

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