Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Comissária europeia Lahbib: desbloquear ativos russos congelados é "uma questão de tempo"

Uma mulher olha para um edifício de apartamentos danificado na sequência de um ataque russo, quinta-feira, 23 de outubro de 2025, no bairro de Podil, em Kiev, Ucrânia.
Uma mulher olha para um edifício de apartamentos danificado na sequência de um ataque russo, quinta-feira, 23 de outubro de 2025, no bairro de Podil, em Kiev, Ucrânia. Direitos de autor  Volodymyr Yurchuck/Copyright 2025 The AP. All rights reserved.
Direitos de autor Volodymyr Yurchuck/Copyright 2025 The AP. All rights reserved.
De Lauren Walker
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
Copiar/colar o link embed do vídeo: Copy to clipboard Copied

A Bélgica é vista internacionalmente como o principal obstáculo a uma proposta europeia de concessão de um empréstimo de 140 mil milhões de euros à Ucrânia, utilizando os ativos russos imobilizados em Bruxelas.

A Bélgica não está a impedir uma nova forma de financiar o esforço de guerra da Ucrânia, disse a Comissária Europeia para a Igualdade, Preparação e Gestão de Crises, Hadja Lahbib, em entrevista exclusiva à Euronews.

Lahbib, que já foi ministra dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, falou após a cimeira do Conselho Europeu de Bruxelas, na quinta-feira, 23 de outubro, em que participaram os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE).

Os líderes esperavam chegar a um acordo sobre um plano ousado para utilizar os ativos imobilizados da Rússia e emitir um empréstimo sem juros de 140 mil milhões de euros para ajudar a Ucrânia no seu esforço de guerra.

No entanto, os líderes dos 27 separaram-se sem tomar uma decisão sobre a utilização dos ativos congelados da Rússia para financiar a defesa da Ucrânia, uma vez que não conseguiram apaziguar as preocupações belgas sobre a proposta. O facto deu origem a manchetes que afirmavam que a Bélgica tinha feito descarrilar o plano.

"A Bélgica não está a bloquear os empréstimos", afirmou Lahbib no programa "The Europe Conversation", da Euronews. "Há dois anos que damos aos ucranianos [...] os juros destes empréstimos".

A Comissária reiterou que a utilização dos ativos congelados desta forma seria algo inédito na história do país.

"Não temos um exemplo a seguir e é necessário garantir a segurança do ponto de vista jurídico. É a única coisa, é a única questão", disse. "Penso que é apenas uma questão de tempo".

No entanto, nas conclusões da cimeira, os líderes europeus adotaram uma linguagem consideravelmente mais fraca, dando instruções à Comissão Europeia para apresentar, "o mais rapidamente possível", uma lista de "opções" para satisfazer as necessidades financeiras e militares de Kiev para 2026 e 2027.

O apoio financeiro à Ucrânia será provavelmente retomado numa outra cimeira da UE em dezembro.

Garantir que a Bélgica não é "levada a tribunal"

A Bélgica acolhe a maior parte dos fundos russos imobilizados na UE na instituição Euroclear, sediada em Bruxelas.

O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, manifestou preocupações de caráter jurídico e financeiro relativamente à proposta e à posição em que esta colocaria a Bélgica. A principal preocupação da Bélgica é a retaliação russa se Moscovo exigir a devolução dos seus ativos e as sanções forem levantadas.

De Wever apontou o exemplo do Japão, que detém 50 mil milhões de euros em reservas do Banco Central russo e já excluiu a possibilidade de as utilizar para ajudar a Ucrânia, como a UE está agora a tentar fazer.

De Wever também fez eco do aviso dado pela presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, que afirmou que a liquidez deve ser garantida se a Rússia exigir o reembolso.

Após a cimeira, De Wever afirmou que a ideia continua a ser considerada.

"Só precisamos de garantir o aspeto jurídico para ter a certeza de que a Bélgica não vai ser levada a tribunal mais tarde", disse Lahbib.

"As vossas fronteiras são as nossas fronteiras"

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, que também participou na cimeira de quinta-feira, pediu aos líderes europeus antes da reunião para que tomassem medidas rápidas para fazer Moscovo pagar pela guerra.

Os ataques russos à Ucrânia aumentaram nas últimas semanas, visando cada vez mais as infraestruturas energéticas do país, mas também as infraestruturas civis.

Na quarta-feira desta semana, a Rússia atacou a segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, atingindo um jardim de infância. Várias pessoas foram mortas, incluindo crianças.

Lahbib sublinhou que a mensagem para a Ucrânia continua a ser clara. "Estamos ao lado dos ucranianos e vamos apoiá-los nos seus esforços de guerra".

"Estamos sempre ao vosso lado. Vamos ajudar-vos a defender as vossas fronteiras, porque as vossas fronteiras são as nossas fronteiras e não queremos que os russos continuem a apoderar-se de territórios, de territórios ucranianos".

Questionada sobre se a Europa está preparada para a guerra, referiu a natureza mutável da guerra.

"Estamos preparados todos os dias para tudo", disse Lahbib. "Mas a guerra não é [...] um soldado a bater à nossa porta."

"A realidade atual é um vírus, um ataque químico, um incidente nuclear que pode ser provocado por falhas de energia. Por isso, precisamos de ter uma boa compreensão das ameaças atuais".

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Resistência belga impede empréstimo de 140 mil milhões de euros à Ucrânia na cimeira da UE

Central nuclear ucraniana de Zaporíjia vai recuperar energia externa

Ucrânia não cederá nenhum território, diz Zelenskyy à Euronews