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Solidão na Europa: Cerca de 10% dos europeus afirmam não ter amigos íntimos

De acordo com o último relatório da OCDE sobre Ligações Sociais e Solidão, os jovens e os homens encontram-se entre os grupos mais vulneráveis à solidão na Europa.
De acordo com o último relatório da OCDE sobre Ligações Sociais e Solidão, os jovens e os homens encontram-se entre os grupos mais vulneráveis à solidão na Europa. Direitos de autor  Euronews
Direitos de autor Euronews
De Inês Trindade Pereira & Mert Can Yilmaz
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Um novo relatório da OCDE revela que 8% dos inquiridos em 22 países da UE afirmam não ter amigos próximos, enquanto 3% afirmam não ter familiares próximos.

Os jovens e os homens encontram-se entre os grupos mais vulneráveis à solidão na Europa, de acordo com o último relatório da OCDE sobre ligações sociais e solidão.

Os desempregados e as pessoas com baixos rendimentos têm também cerca de duas vezes mais probabilidades de se sentirem sós.

Em 21 países europeus da OCDE, as interações diárias face a face com amigos e familiares diminuíram de forma consistente entre 2006, 2015 e 2022, enquanto o contacto à distância aumentou na sequência da pandemia de COVID.

Em 2022, a percentagem de pessoas que declararam ter-se sentido sozinhas "a maior parte do tempo" ou "sempre" nas últimas quatro semanas foi mais elevada em França e na Lituânia, com 11% e 9%, respetivamente.

Passar pouco tempo a interagir com outras pessoas e sentir-se só estão associados a 871 mil mortes anuais a nível mundial.

A solidão está também associada a um pior desempenho profissional, a um maior risco de desemprego ou de abandono escolar precoce e pode influenciar o comportamento eleitoral.

"A deterioração das ligações sociais dos jovens (e dos homens jovens em particular) ainda não é bem compreendida", afirma o relatório da OCDE. "Embora a investigação académica em curso apresente resultados díspares sobre o impacto da tecnologia digital nos sentimentos de solidão e desconexão, é consensual que a forma como as ferramentas digitais são utilizadas, bem como os tipos de comportamentos online, são importantes."

A Grécia e a Eslovénia são os países da UE com a taxa mais elevada de inquiridos que afirmaram interagir com amigos ou familiares pelo menos diariamente entre os países da OCDE.

Percentagem de inquiridos que interagiram (presencialmente ou remotamente) com amigos ou familiares que vivem nas proximidades nos últimos 7 dias, por frequência, OCDE, 2022

Em contrapartida, a Lituânia tem a percentagem mais elevada de inquiridos que não interagiram (pessoalmente ou à distância) com amigos ou familiares que vivem nas proximidades nos últimos sete dias.

Em 22 países da UE, 8% dos inquiridos afirmam não ter amigos próximos, enquanto 3% afirmam não ter familiares próximos.

A Hungria tem a percentagem mais elevada de inquiridos que declaram não ter amigos próximos, enquanto a Bélgica tem a percentagem mais elevada de inquiridos que declaram não ter familiares próximos.

Como é que a Europa está a abordar a questão do isolamento?

Em maio de 2025, a Assembleia Mundial da Saúde aprovou uma resolução que identifica a ligação social como uma questão essencial para a agenda global da saúde.

A Comissão Europeia e a Comissão de Conexão Social da Organização Mundial de Saúde também identificaram o isolamento social e a solidão como prioridades de saúde pública.

Países como a Alemanha, a Dinamarca, a Finlândia, os Países Baixos, a Suécia e a Espanha introduziram estratégias nacionais para combater a solidão.

Por exemplo, na Finlândia, o governo adotou o "Programa Nacional de Trabalho e Política de Juventude", que inclui iniciativas para ajudar os jovens a encontrar emprego, aconselhamento financeiro, terapia artística, desporto e serviço comunitário.

Outros países também adotaram medidas, visando em especial a forma como a utilização excessiva do telemóvel pode prejudicar as interações sociais. Por exemplo, para incentivar as ligações offline em vez dos contactos online entre os jovens, a Bélgica, a Finlândia, a França, a Grécia e a Hungria limitaram, ou proibiram, os telemóveis nas escolas.

"O facto de se envolverem em menos interações cara-a-cara pode diminuir o desenvolvimento de competências psicológicas importantes nos jovens, uma vez que os encontros no mundo real exigem um conjunto de competências sociais diferente do das interações online", afirma o relatório da OCDE.

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