Europa desenvolve novo avião

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O primeiro avião equipado com o novo sistema que permite poupar combustível poderá estar pronto por volta de 2035.

Um grupo de engenheiros europeus está a desenvolver um novo avião mais eficiente e menos poluente graças a uma melhoria do design e à colocação de uma turbina na parte de trás da fuselagem.

Os peritos em aerodinâmica da Universidade Técnica de Delft, na Holanda, testam o novo conceito num túnel de vento. "A ideia é que o avião tenha três motores, em vez de dois, um motor na parte de trás e dois no meio. Esses motores vão fornecer a eletricidade necessária para fazer funcionar o motor elétrico e a turbina", afirmou Arvind Gangoli Rao, professor de Engenharia Aeroespacial, da Universidade Técnica de Delft, uma das instituições envolvidas no projeto europeu Centreline.

Avião com três motores e menos consumo de energia

O novo sistema acelera o fluxo de ar ao nível da fuselagem, o que permite criar um impulso.

"O sistema usa o ar que circula em torno da fuselagem, que é desse modo reenergizado, o que produz o impulso, usando menos energia, o que melhora a eficiência. O que nos permite reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, sobretudo CO2 mas também óxidos de azoto", disse Arne Seitz, coordenador do projeto europeu Centreline.

O sistema já é usado em barcos e submarinos, mas, as experiências realizadas no túnel de vento mostram que, no caso dos aviões, o sistema provoca mudanças ao nível da fuselagem.

"Neste tipo de configuração, comparativamente ao design tradicional, há uma grande interação entre o sistema propulsivo e a superfície aerodinâmica. Esta interação é muito importante e não podemos minimizá-la durante o processo de design", explicou Biago Della Corte, estudante de doutoramento, na Universidade Técnica de Delft.

Os desafios técnicos do novo motor

O projeto europeu Centreline reúne investigadores de várias universidades europeias. O novo motor elétrico está a ser desenvolvido na Universidade de Cambridge, parceira do projeto europeu Centreline.

Os cientistas enfrentam vários desafios ao nível do design. "O ar que chega à entrada do motor está muito distorcido. Não é uniforme, não chega todo à mesma velocidade. O que se passa é que o motor, em certas ocasiões, vai ter tendência a falhar. Por isso, temos de melhorar o design das pás da turbina para prevenir falhas. Além disso, o design tem de melhorar a eficiência para que se gaste menos combustível", afirmou Alejandro Castillo Pardo, investigador da Universidade de Cambridge.

Os investigadores desenharam um novo tipo de pá que poderá resolver os probemas relacionados com a entrada do ar no motor.

"Aqui temos as duas pás e aqui temos o design mais convencional e o novo. O novo tem uma forma mais tridimensional, mais curva, que poderá ajudar-nos com as distorções do fluxo de ar e permite-nos recuperar a eficiência perdida devido ao abrandamento do fluxo de ar", explicou o investigador espanhol.

Redução da emissão de gases

De acordo com os investigadores, a poupança de combustível situa-se entre os três e os seis por cento e pode mesmo chegar aos onze por cento, o que permite reduzir as emissões de gases poluentes.

"Pensamos que se trata de uma aplicação para grandes aviões, aviões de longo curso. Se instalarmos o peso adicional na parte de trás da fuselagem, vamos certamente querer utilizar o ganho de eficiência num voo de longo curso, por exemplo, num voo entre Londres e Tóquio", explicou Arne Seitz, coordenador do projeto.

O primeiro avião equipado com o novo sistema poderá estar pronto por volta de 2035.

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