Derrubar estereótipos para defender a sustentabilidade

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A missão planetária de uma engenheira. Derrubar estereótipos para defender a sustentabilidade

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Para Hanane Mourchid, não fazer nada não é uma opção quando se trata de sustentabilidade. Engenheira por profissão, ela aproveita a tecnologia e inovação para tornar uma empresa marroquina de fertilizantes neutra em carbono até 2040.

"Para mim, a sustentabilidade é uma forma de vida, uma forma de pensar. É estar consciente e absolutamente em harmonia com as comunidades em volta, com o planeta", diz Hanane.

Como Diretora Executiva de Sustentabilidade e Desenvolvimento Verde do Grupo OCP, Hanane está a impulsionar a sustentabilidade numa empresa estatal que alimenta a agricultura global.

"Fui engenheira química responsável pela produção de fertilizantes, centrais elétricas, e isto ajudou-me realmente a ver a realidade no terreno e a estar mais consciente dos impactos no nosso ambiente", explica Hanane.

E acrescenta: "Comecei também a ter consciência dos impactos das alterações climáticas. Agora estamos a começar a ver a realidade e os verdadeiros impactos no terreno".

A OCP faz fertilizantes a partir de fosfato extraído em Marrocos. O processo de produção precisa de muita água e energia. O amoníaco também faz parte do processo. 

A questão que se coloca: Como pode alguma vez uma empresa assim ser sustentável no verdadeiro sentido da palavra?

"Consideramos a nossa missão uma missão planetária e uma missão pela humanidade, trabalhando pela segurança alimentar, etc. Temos investido muito para fazer da sustentabilidade uma componente central da nossa estratégia. Também trabalhamos no fornecimento de roteiros sustentáveis para o consumo de água, de energia, de recursos", diz Hanane.

"Infelizmente, a quantidade de matérias-primas orgânicas que existe no mundo não é suficiente para suprir todas as necessidades do planeta em termos de fertilizantes. É uma quantidade muito pequena," acrescenta a engenehira.

A OCP investiu fortemente em tecnologia e inovação como a dessalinização da água, energia eólica e solar, de forma a atingir a neutralidade de carbono até 2040. Mas 18 anos é um longo caminho num mundo que está em constante mudança.

"Muitos dos nossos desafios estão ligados à necessidade de tecnologia, desenvolvimento tecnológico, I&D (Investigação e Desenvolvimento) e, para ser realista, não pode ser alcançado mais cedo", explica Hanane.

"A inovação é muito importante para fazer com que a evolução aconteça. Sabemos como produzir hidrogénio verde, mas ainda não temos o modelo para o dimensionar e para o alimentar com energia limpa durante todo o dia, porque é preciso lidar com a intermitência da energia solar, eólica, etc. A inovação está a chegar para solucionar isso," explica a responsavel da OCP.

Para Hanane, tornar-se uam líder em sustentabilidade num setor tradicionalmente dominado pelos homens, tem tido os seus obstáculos.

"O maior desafio são os estereótipos", diz ela. "O facto de muitas pessoas pensarem que esta é uma área de homens onde as mulheres não têm necessariamente o seu lugar. Muitas mulheres à minha volta também estão a lutar contra este tipo de perceção," revela a engenheira quimica.

A OCP tem-se concentrado fortemente na promoção da diversidade e inclusão. Atualmente, as mulheres ocupam 30% dos cargos de direção e 60% das novas contratações em instalações mineiras e químicas são mulheres.

No início do ano, Hanane ganhou um prémio do World Business Council for Sustainable Development, elogiando a sua liderança durante a pandemia.

Quais as caracteristicas de um bom lider? "Penso que é muito simples", diz Hanane. 

E explica o que faz um bom líder: "Quando dás sentido às pessoas à tua volta e existe um objetivo comum, então, tudo se torna muito fácil".

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