Adrianos Golemis é o primeiro grego a passar no teste da Estação Espacial Europeia para se tornar astronauta. Golemis trabalha na ESA desde 2018, e é médico espacial desde 2022. O médico conhece melhor que ninguém as exigências do corpo e os problemas que surgem na saúde dos astronautas.
A Grécia tem o primeiro astronauta na Estação Espacial Europeia (ESA). Adrianos Golemis, é o primeiro grego a passar as seis etapas do teste para se tornar astronauta.
Golemis trabalha na ESA desde 2018, como médico-cirurgião e começou o processo de candidatura para se tornar astronauta em 2022. O cirurgião de voo espacial conhece em primeira mão as exigências do corpo e os problemas que surgem na saúde dos astronautas.
"Os nossos corpos estão evolutivamente adaptados de uma forma impressionante para viver na terra. Quando deixamos o nosso planeta, a sua gravidade e toda a proteção, ficamos expostos a novos perigos. Portanto, um corpo que se forma para realizar a sua normal função na terra, quando é retirado desse ambiente, sofre, pelo menos por alguns dias. Temos náuseas, vômitos todos esses sintomas que esperamos e conhecemos", disse o médico em entrevista à euronews.
"Alguns astronautas, que permanecem no espaço por 6 ou mais meses geralmente, desenvolvem problemas de visão. Alguns recuperam depois de regressarem a terra, mas outros ficam com o problema para toda a vida", lamenta Golemis. "Outro problema são os coágulos sanguíneos, contudo, acreditamos que um corpo saudável não terá esse problema. No entanto, num ambiente sem peso (sem gravidade) isso pode acontecer", acrescenta.
Golemis acredita que a exploração espacial pode trazer enormes benefícios para a sociedade.
"Estamos a criar um sistema de suporte de vida para o espaço que também pode ser utilizado num submarino. Testámos este suporte na Antartida e no espaço. Queremos saber qual material é mais resistente a bactérias e vírus e que previna que os mesmos permaneçam nesses materiais. Testámos no espaço porque sabemos que o sistema imunológico cai. Quando descobrirmos qual o melhor material, o mesmo pode depois ser aplicado em hospitais e evitar que pacientes infectem os outros".
O futuro astronauta da ESA tem uma mensagem para os mais novos, sobretudo os que sonham chegar aonde ele chegou.
"Quando era mais jovem, costumava pensar que o trabalho que estou a fazer agora, que é médico astronauta, que isso é algo exótico, não é para os gregos, não é para mim, é para génios. Este não é o caso. Esforço, persistência e, claro, alguma inclinação para o fazer, e acho que podemos chegar lá". concluiu o médico-cirurgião e futuro astronauta.