Eleições da Tailândia sim, mas sob certas condições

Eleições da Tailândia sim, mas sob certas condições
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A Tailandia voltou a viver a experiência das manifestações mas nada a ver com as cenas de violência registadas o ano passado.

O Primeiro-ministro tailandês, Abhisit Vejjajiva participou do Fórum Económico e Mundial, na Suiça, a semana passada onde foi entrevistado pela jornalista da Euronews Isabel Kumar.

Senhor primeiro-ministro, muito obrigada por ter aceite o nosso convite. Tem havido novas manifestações por parte dos seus opositores, os camisas-vermelhas e dos seus apoiantes os camisas-amarelas, a Tailândia está outra vez à beira do caos?

Abhisit Vejjajiva, Primeiro-ministro da Tailândia:

“Não, não creio. O país está mais estável agora. É claro que acabamos de sair do estado emergência, e claro esses grupos pdoem exercer os seus direitos de forma livre. De facto nós tivemos manifestações durante todo o resto do ano passado mesmo depois dos acontecimentos de abril e maio. Este ano, já fiz saber que as eleições irão ser realizadas, por isso toda agente deveria concentrar-se na tarefa de fazer avançar o país depois das eleições.

Euronews: Estão previstas para quando as eleições? Abhisit: “Bem, imponho três condições. A primeira é a economia. Estamos confiantes na solidez retoma, conseguimos um crescimento de 8% no último ano, este movimento continua presente.

Vamos acabar as emendas legislativas do sistema eleitoral. Posso disser que o Parlamento decidiu regularizar a situação. Isso deve estar concluido este mês. Portanto se eu vir que a situação do país é estável, penso que chegou o momento de realizar as eleições.”

Euronews: Está pronto a apelar à intervenção do exército caso os protestos ganhem força?

Abhisit “Espero que isso não venha a acontecer, nós dissemos que se toda a gente quer mesmo que o país avance, eu organizarei as eleições logo que possível”

Euronews: Não respondeu à minha pergunta: Volta a recorrer aos militares?

Abhisit: “O meu trabalho é de preservar a ordem, ser o garante da aplicação da lei. Nós devemos fazer aplicar a lei quando podemos, mas temos sempre mostrado uma grande tolerância e mais uma vez nos queremos manter uma situação estável para mostrar às pessoas que nos dirigimos para o escrutínio e que tudo isto deve ser resolvido nas urnas. Euronews: Quando chegou à liderança do governo estava à espera deste banho de sangue?

Abhisit “Não, claro que não. E isso nunca teria acontecido se alguns dos manifestantes não estivessem armados. Nós provamos em 2009 que podemos organizar manifestações pacíficas mas infelizmente, os elementos armados que se infiltraram no movimento provocaram a eclosão da violência e nós fomos obrigados a restabelecer a ordem.”

Euronews: A organização Human Rights Watch não concorda com a sua versão. Preocupa-se com os direitos humanos? Abhisit: “Sim. Considero infeliz que muitos dos seus relatórios sejam baseados apenas em testemunhos de uma das partes. Nós somos muito abertos. Tenho recebido alguns elementos desses grupos e tentamos responder às suas preocupações e continuamos a fazê-lo.

Por exemplo, havia vários líderes dos camisa-vermelhas que estavam presos e foram libertados.

A justiça libertou uma série de pessoas depois de ter trabalhado em total independência.

Temos vontade de trabalhar sobre as questões dos direitos do homem e sempre o fizemos”.

Euronews: Se isso é verdade porque razão as pessoas continuam a manifestar? Abhisit: “Nós não podemos satisfazer toda a gente e talvez exista uma diferença fundamental entre aquilo que eles acreditam e aquilo que você acredita. A solução é o respeito mútuo e o respeito das leis estabelecidas. Sempre disse que eles têm o direito de se manifestarem mas devem fazê-lo pacificamente, sem armas”.

Euronews : Falemos de Economia, apesar de tudo estamos em Davos – A China preocupa-o? A China vai atrapalhar o progresso da vossa economia?

Abhisit: “Ao contrário. Penso que a China cria um motor de crescimento importante. Há muitas oportunidades de comércio, é um mercado importante e a China participa ativamente no investimento de infraestruturas, não apenas na Tailândia mas também na região do sul de Mekong – Cambodja, Laos, Birmânia, Vietname e na província chinnesa de Yunnan. Portanto, eu sei que estamos em competição com a China em termos de investimentos mas dispomos de segmentos de mercado em certas áreas da indústria e penso que a China deu uma contribuição positiva à nossa retoma”.

Euronews: Aqui, no Forum Mundial de Davos, tem a impressão que os restantes líderes mundiais o observam e o julgam? Abhisit: “Penso que eles reconhecem a força e a capacidade da Tilândia em ultrapassar os obstáculos e as dificuldades que temos atravessado. Nós conseguimos chegar a uma impressionante taxa de crescimento e chegamos ao fim da crise sem muitos estragos em termos de desemprego e PIB. Por isso, acho que muitos líderes gostarão de aproveitar esta oportunidade para criar relações connosco. Eles reconhecem que nós atravessámos momentos políticos muito dificeis, mas penso que eles sabem que os princípios que nos regeram, e que regem o actual governo, estão em fase com a ideia que eles têm da democracia.”

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