Será que a UE vai defender a uma só voz a integridade da Ucrânia?

Será que a UE vai defender a uma só voz a integridade da Ucrânia?
De  Euronews
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A União Europeia alargou a lista de entidades russas e ucranianas sujeitas a restrições de viagens e congelamento de bens, mas ainda não entrou na fase três, que prevê sanções financeiras e comerciais. Essa decisão requer unanimidade, uma condição difícil de atingir numa união de 28 membros, alguns dos quais dependem do abastecimento energético russo.

Na quinta-feira, a responsável pela diplomacia europeia vai reunir-se com dirigentes dos Estados Unidos, Rússia e Ucrânia, para discutir formas de diminuir a tensão.

“Claro que há imensa esperança acerca das negociações diplomáticas que vão decorrer em Genebra, na quinta-feira. No entanto, não é certo que as negociações aconteçam, que o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, participe nas negociações e mesmo que participe, os Governos ocidentais suspeitam que vá apresentar uma proposta para a federalização da Ucrânia, que será provavelmente muito semelhante ao que temos visto. Não nos enganemos: a luta é pela sobrevivência da Ucrânia enquanto Estado”, afirma Jonathan Eyal, analista político.

A hesitação da Europa é bem visível aos olhos de Moscovo.

A reunião de quinta-feira será decisiva para ver se a Europa consegue a uma única voz defender a integridade do território ucraniano.

Embaixador ucraniano na União Europeia rejeita intervenção militar externa

*James Franey, euronews: *
“Kostiantyn Yelisieiev, embaixador ucraniano para a União Europeia. Registaram-se vários incidentes durante o fim-de-semana no seu país. Quem está por de trás disso?”

Kostiantyn Yelisieiev, embaixador Ucrânia UE:
“Antes de mais, foram interceptadas várias conversas telefónicas entre forças especias da Federação Rússia e seus “comandantes” em Moscovo e em vários lugares da Rússia. No que diz respeito ao equipamento e armamento usado, estamos certos que pertencem ao exército russo. Além disso, a decisão do parlamento russo que autoriza ações das forças russas no território ucraniano ainda é válida.”

*James Franey, euronews: *
“O que espera que seja discutido no encontro de Genebra?”

Kostiantyn Yelisieiev, embaixador Ucrânia UE:
“A única coisa que esperamos é que esta “Guerra Fria” retórica termine e que o diálogo e o entendimento domine as relações entre a Ucrânia e a Rússia.”

*James Franey, euronews: *
“Como classifica a resposta da União Europeia a esta crise?”

Kostiantyn Yelisieiev, embaixador Ucrânia UE:
“Esta crise tem sido um teste para a União Europeia, para perceber até onde estão dispostos a ir para defender os princípios e valores europeus. Porque o principal requisito e fundamento da União é o respeito e defesa dos valores europeus.”

*James Franey, euronews: *
“O presidente norte-americano esteve há poucas semanas num edifício a alguns metros daqui e pôs de parte qualquer tipo de intervenção militar. Ficou desiludido?”

Kostiantyn Yelisieiev, embaixador Ucrânia UE:
“Não, de todo. Porque, uma vez mais, nós somos a favor das soluções pacíficas e diplomáticas. Para nós, o uso da força é….”

*James Franey, euronews: *
“Até onde pode ir a diplomacia? Estão preparados para esperar mais quanto tempo até começar a pensar noutro tipo de soluções, como a opção militar?”

Kostiantyn Yelisieiev, embaixador Ucrânia UE:
“Nesta altura continuamos a falar de soluções políticas e diplomáticas para resolver esta crise. Porque existe um claro corte entre a estabilidade e a instabilidade na Ucrânia e na Europa como um todo. Acredito que só os ucranianos se podem defender. Ninguém pode trazer a paz e a estabilidade de fora, depende dos próprios ucranianos. Só nós podemos ajudar-nos uns aos outros.”

Embaixador da Rússia na UE garante que Moscovo não está a preparar qualquer intervenção na Ucrânia

Andrei Beketov, euronews:
“Em estúdio temos Vladimir Chizhov, o embaixador russo para a União Europeia.
Os ministros dos negócios estrangeiros da UE, aparentemente chegaram a acordo para endurecer as sanções contra a Rússia por causa das ações na Ucrânia. Como vê esta possibilidade?”

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Vladimir Chizhov, embaixador Rússia para União Europeia:
“Será mais proveitoso para a União Europeia, em vez de discutir sanções contra a Rússia, ajudar a Ucrânia a sair desta crise política. Bruxelas e Washington têm uma excelente oportunidade para mostrar que estão realmente preocupados com a paz política na Ucrânia, apelando às autoridades de Kiev que travem o uso da forma militar no leste do país”

*Andrei Beketov, euronews: *
“Está a ser levantada a hipótese de haver uma cimeira europeia na próxima semana, caso o exército russo invada o leste da Ucrânia. Tem conhecimento de que esta invasão esteja a ser preparada?”

Vladimir Chizhov, embaixador Rússia para União Europeia:
“Posso garantir-lhe que nenhuma invasão está a ser preparada na Rússia.”

*Andrei Beketov, euronews: *
“Há um mês disse-nos que não havia nenhum reforço militar russo na Crimeia. Vai dizer-nos a mesma coisa sobre a atual situação?”

Vladimir Chizhov, embaixador Rússia para União Europeia:
“Não há provas disso, nem uma!”

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Andrei Beketov, euronews:
“Alguns dos vizinhos europeus da Rússia temem que possam também eles ser vítimas de uma intervenção…”

Vladimir Chizhov, embaixador Rússia para União Europeia:
“Estão a tornar-se vítimas da própria histeria, que eles próprios empolaram com a ajuda de outros países e dos meios de comunicação. Tornou-se numa psicose massiva.”

*Andrei Beketov, euronews: *
“De qualquer forma, está a ser considerado o aumento do orçamento militar”

Vladimir Chizhov, embaixador Rússia para União Europeia:
“Poupar dinheiro pode ser mais proveitoso. Não vejo qualquer ameaça militar na Europa, não tenho qualquer indicação nesse sentido.”

*Andrei Beketov, euronews: *
“Acredita que o encontro de Genebra vai realizar-se na quinta-feira?”

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Vladimir Chizhov, embaixador Rússia para União Europeia:
“Se Kiev concretizar a ameaça de implementar uma operação contra o terrorismo, nesse caso, o motivo da discussão pode desaparecer.”

*Andrei Beketov, euronews: *
“Há quem tenha a sensação de que por causa do comportamento da Rússia, Moscovo tenha cada vez menos aliados na União Europeia. Não acha que possa ser uma falha da diplomacia russa?”

Vladimir Chizhov, embaixador Rússia para União Europeia:
“Não acredito, a culpa é dos seus colegas da comunicação social, que frequentemente só dão um lado da história. Acredito que esta tensão nas relações entre a Rússia e a União Europeia é temporária.”

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