Martin Schulz é o convidado de A Escolha da Europa

Martin Schulz é o convidado de A Escolha da Europa
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

As eleições europeias são cruciais: quem vai ser o próximo presidente da Comissão Europeia? Quais a hipóteses do líder dos socialistas europeus? Quem é Martin Schulz?

Procuram-se respostas no centro de Paris….. alguém conhece este homem?

A primeira turista tenta acertar:
“- Presidente de um clube de futebol, não? Presidente da República da Arménia”

Um homem pergunta: “grego?”

Uma italiana assegura que é americano

Mas um rapaz não acerta mesmo: “Padre? Banqueiro?”

Hans von der Brelie, euronews, admite:

“Aqui em Paris, quase ninguém conhece Martin…vamos ver na Alemanha de Leste”.

Um cidadão alemão reconhece imediatamente o conterrâneo:

“Está na União Europeia, é um social democrata.”

Uma idosa, também vê logo quem é:

“O SPD, social democrata (socialista alemão), é Martin Schulz, trabalha em Bruxelas.”

Hans von der Brelie, euronews – “Em resumo, é Martin Schults, era o presidente do Parlamento Europeu e candidata-se à presidência da Comissão Europeia. É o cabeça de lista dos socialistas europeus.” Martin cresceu no seio de uma família modesta, os pais tiveram de ser inventivos para educar cinco filhos. Martin justou-se aos sociais democratas com 19 anos de idade. Uns anos depoisi era um dos mais novos presidentes de Câmara na Alemanha.

Em 1994, Martin entrou no Parlamento Europeu, deixando o grupo em 2004.

O confronto aberto com Berlusconi fez tíitulos em todos os Media. Martin Schulz defende uma Europa contra a direita populista da Itália, Hungria, França, etc.

Em 2012 foi eleito presidente do Parlamento Europeu, uma vitória baseada na reputação de negociador honesto entre os grupos políticos.

Temos encontro marcado com Martin em Paris. No coração da Europa – da reconciliação franco-germânica. Em jovem, Martin foi convidado para casa de uma família francesa que lutou na Resistência contra a ocupação nazi.
Guardou a mensagem para sempre: a Europa precisa de paz.

euronews – Martin Schulz, estamos em na rua de Saint-Martin. Martin foi o santo que deu o casaco a um pobre homem transido de frio. É o símbolo bíblico dos que partilham. O senhor quer partilhar? Com quem?

Martin Schulz – Sim! – A riqueza não é partilhada de um modo justo no continente europeu. Em Atenas, as pessoas vasculham no lixo para sobreviverem, enquanto os milionários gregos investem as fortunas no imobiliário em Londres e Berlim. Estas riquezas devem ser partilhadas. Precisamos de um sistema fiscal equitável na Europa, é um dos objetivos mais importantes.

Hoje, Martin Schulz está especialmente de bom humor. A campanha eleitoral na capital francesa corre-lhe bem, defende o programa em bom francês… acaba por ir falando em três línguas.

Martin Schulz – Estou à procura dos que votam em mim…creio que a Europa precisa de mais igualdade: mais oportunidades, principalmente para os jovens. Vivemos numa época em que toda uma geração da Europa e as suas hipóteses de futuro foi tomada pela crise, criada por terceiros… por especuladores que não pagam taxas quando têm lucros incalculáveis. São os contribuintes que pagam por eles. É o que quero mudar. Reflitam e encontrem um momento para ir votar, no dia 25 de maio, mas não votem Barroso…”

A euronews segue de perto esta campanha eleitoral. Martin aproveita bem as novas tecnologias, o video-twetting sobre justiça social, sobre a necessidade de domar o tigre das finanças globais e sobre o flagelo do desemprego juvenil. Mas como manter estas promessas para enfrentar os problemas?

Martin Schulz – Primeiro, vou tentar canalizar o crédito barato para as pequenas e médias empresas num processo que deve ser gerido pelo Banco Europeu de Investimento e os fundos estruturais europeus. Se essas empresas contratam jovens , as PME devem obter facilidades para terem tempo e obterem empréstimos baratos. “

Estamos na cidade natal de Martin Schulz perto da fronteira holandesa e belga.

Os amigos de infância de Martin, Franz -Josef , Arno e Kornel, ainda vivem aqui. No início dos anos 70, o grupo era coeso, inseparável… reunia-se ao som dos Deep Purple e sonhavam tornar-se jogadores profissionais de futebol. E tentaram com todas as suas forças. Foram treinados à exaustão, 4/5 vezes por semana. Martin não sentia o mesmo entusiasmo pela escola odiava matemática, ciências naturais e ir à missa. Mas gostava de história, francês e da bola, por isso jogou no clube de futebol da região..
Todos os amigos concordam que ele não jogava muito bem mas era resistente.

Franz -Josef Hansen – Quando Martin estava no comando para eliminar um perigoso adversário, a primeira coisa que tinha de fazer era eliminá-lo, e era o que fazia.

Domgörgen Arno – Eu era guarda-redes, mas nunca tinha medo, mas não tinha medo, já sabia que o Martin também defendia a minha defesa até à última gota de sangue…um ótimo rapaz!

Franz -Josef Hansen – Em termos de carácter era um dos melhores da equipa, mostrava tenacidade e coragem, tinha fé nos companheiros do grupo. Foi um dos líderes da equipa e tinha fé em nós como companheiros, inspiropu-nos sempre.

Kornel Simons – A escola era secundária, a prioridade era o futebol . Estávamos todos os dias no campo, e quando as portas se fecharam , ele partiu . Kornel Simons – A verdade é que não tínhamos escolha: só tínhamos o futebol para seguir em frente. É o desporto dos pobres, só é preciso um par de sapatilhas e a bola. Falamos com o candidato à presidência da Comissão no início da campanha do Partido Socialista , em Paris. O público parece assombrado por seu carisma . Embora não tenha nenhum curso universitário, lembra, com emoção, o dia em que lhe ofereceram trabalho numa livraria e evoca a tragédia dos nossos dias: atualmente, cinco milhões de jovens europeus procuram trabalho. Estão desempregados e precisam de esperança e de ajuda.

“Schulz : porque lutar por uma Europa forte e unida ?”

Martin Schulz – Sou filho de uma família que viveu os horrores das fronteiras e experimentou por si própria. Os meus parentes serviram em três exércitos diferentes. A cooperação transnacional atual entre as pessoas e países é um verdadeiro presente . Um presente para os europeus e eu sempre senti como um presente muito pessoal, também.

Mas as perspectivas nacionais ainda existem, mesmo no seio da família socialista , como nota a professora de política Astrid Lorenz, da Universidade de Leipzing – Os socialistas concordaram com um programa eleitoral comum europeu. Estes dez pontos não são controversos , mas também são vagos.. Há um problema generalizado nestes partidos europeus: são apenas alianças de partidos nacionais mas que ainda vão ter de definir os próprios objetivos políticos através de perspetivas nacionais .

A Universidade de Leipzig é uma das mais antigas da Europa . Para Martin Schulz , a proteção dos valores e direitos europeus, como a greve, salário mínimo e certas normas sociais e ambientais são cruciais para abordar o dumping social, especialmente da Ásia.

euronews – Mr. Schulz, uma pergunta pessoal . Na juventude, jogou futebol. Aprendeu algo que trouxe para a política e para a vida, em geral?

Martin Schulz – Claro que sim, no final a equipa ganhava, e não a pessoa. O que significa que temos de estar juntos e sermos solidários … se um jogador tem um problema, os outros membros da equipa têm de estar lá Somos todos iguais . O guarda-redes, o lateral-esquerdo, todos.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

França depois dos atentados de 2015

A questão central das eleições alemãs é a transição energética

Certificação do queijo halloumi suscita controvérsia entre UE, cipriotas gregos e turcos