Deslocados de guerra na Ucrânia

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Kharkiv é a segunda cidade da Ucrânia, que foi capital de 1919 a 1934, e é conhecida por ser um importante centro industrial, cultural, científico e académico da Ucrânia.
É, atualmente, o refúgio dos deslocados de Donbas, que tentam refazer a vida ou descansar, em segurança, antes de regressarem a casa. Vêm de Yasynuvata, perto de Donetsk. Serhiy Kurchenko e a família chegaram no mês passado a Kharkiv. Deixaram tudo para trás, salvo as recordações dolorosas dos bombardeamentos.
“Ouvíamos assobios e explosões em redor. Tínhamos de dormir na cave. Para ir à casa de banho tínhamos de correr muito depressa até ao interior da casa, quando paracia acalmar lá fora”, lembra Serhiy Kurchenko.

Mesmo se a família de Serhiy beneficia de um subsídio de alojamento, não fica mais serena pelo facto. A sua principal preocupação é o futuro. Todos querem ir para casa, mas ainda é muito perigoso. A segurança e a paz devem ser a prioridade do novo parlamento e do governo, reconhece Serhriy, assim como a retoma económica, pois a guerra destruiu a região.
E conclui: “O que precisamos é concentrar-nos na economia e pormos um ponto final nesta guerra. E fazer com que as todas as leis sejam devidamente aplicadas.”

A poucos minutos de Kharkiv, a pequena cidade de Pisochyn tem uma das maiores escolas na região. Tem cerca de um milhar de estudantes. Alguns, escolheram estudar russo, como língua principal; outros, ucraniano.

Mais de 40 crianças da zona de conflito estão a estudar aqui. Svitlana Lukyanenko é professora. Para ela, a língua nunca foi um problema e não compreende quais são as principais razões do atual conflito:

“A língua não tem importância. Respeitamos-nos uns aos outros. Nunca tivémos conflitos pelo facto de sermos do leste ou do oeste da Ucrânia “.

Muitas coisas mudaram ao longo dos últimos seis meses, confessa Svitlana que, por outro lado, considera que nada, ainda, é irreparável; apesar dos prejuízos ainda se pode seguir em frente. Para isso, são necessárias reformas em profundidade e é o que ela espera do novo parlamento e do novo governo:

“Temos muitas preocupações, é evidente. A primeira, com o preço dos produtos básicos. As faturas do gás e da eletricidade devem chegar em novembro e só pensar nisso aterroriza-nos. O preço da água quente e do gás aumentou muito. As faturas serão pesadas”.

As verdadeiras aspirações políticas dos dirigentes de Kharkiv são ainda uma interrogação. Alguns políticos locais pró-russos e aliados do antigo regime lutam por um lugar no parlamento. Só as legislativas vão permitir saber se Kharkiv está pronta para, ou não, para confiar nas novas instituições.

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