"Grande aumento" de racismo e xenofobia em França

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“Nos últimos anos tem havido um enorme aumento de atos antissemitas, antimuçulmanos e homofóbicos em França”, afirmou o Comissário para os Direitos

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“Nos últimos anos tem havido um enorme aumento de atos antissemitas, antimuçulmanos e homofóbicos em França”, afirmou o Comissário para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, Nils Muižnieks, durante a publicação do relatório sobre a visita àquele país entre 22 e 26 de setembro.

De acordo com o Comissário, só em 2014, o número de atos antissemitas basicamente duplicou, e o número de judeus a deixarem a França triplicou em comparação com 2012.

“A violência em relação aos muçulmanos, em particular contra mulheres, e homossexuais também está a crescer”, revela.

Mas Nils Muižnieks não tem dúvidas em afirmar que há importantes avanços em termos de legislação e medidas para combater o racismo e descriminação no país, mas o Comissário afirma que é necessário um maior esforço para as colocar as medidas em prática.

Muižnieks apela ainda às autoridades francesas a reforçarem o processo de acolhimento de migrantes e de pessoas que procuram asilo, além de ser dada uma maior atenção no que diz respeito às crianças não acompanhadas, que segundo o mesmo, são entre sete mil e 12 mil. “Muitas estão literalmente abandonadas, sem qualquer apoio médico e educacional”, salientou.

O Comissário instou ainda Paris a fazer um esforço para honrar o compromisso de acolher 500 refugiados sírios e sugeriu um levantamento de entraves administrativos, como a necessidade de terem um visto de viagem para entrarem.

Finalmente, houve uma especial atenção de Muižnieks para a violência e discriminação contra os ciganos, muitas das vezes “perpetrada pelas forças da ordem, em especial em operações de desalojamento”.

Hollande e Valls reconhecem problemas

As autoridades francesas parecem estar sensibilizadas para o problema. Durante uma visita a um cemitério judaico vandalizado no leste do país no dia 17, o presidente francês, François Hollande, perguntou se era “preciso colocar soldados nos cemitérios” e explicou que a violência contra judeus e muçulmanos estava a minar as fundações da república.

Semanas antes, na sequência dos ataques contra o Charlie Hebdo, o primeiro-ministro Manuel Valls afirmou que “existe um ‘apartheid’ territorial, social e e étnico em França”.

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