Derrotado em 1999, o primeiro-ministro israelita esperou 10 anos para regressar ao poder. É recordista de longevidade nos comandos do executivo de Israel.
Mesmo se não for reeleito, Benjamin Netanyahu já não se livra do recorde de longevidade à frente do governo de Israel. Para estas eleições, o primeiro-ministro joga a carta da segurança. Diz que, em caso de derrota, o país fica em perigo. Este discurso é uma receita de sucesso junto de muitos israelitas que vêem “Bibi”, como é conhecido, como o único capaz de proteger Israel.
Nada destinava este diplomata, agora com 65 anos, a tornar-se no elemento mais célebre da família Netanyahu, com um pai historiador e um irmão veterano das guerras.
Entrou para o partido Likud no fim dos anos 80 e teve uma ascenção fulgurante, que culminou com a vitória nas eleições de 1996, dois anos depois dos acordos de Oslo, de que sempre foi um opositor. Aos 47 anos, torna-se no chefe de governo mais jovem de sempre.
As relações entre Israel e os Palestinianos nunca mais foram as mesmas. Apesar disso, assina os acordos de Wye Plantation, em 1998, que previam a evacuação de 13% da Cisjordânia. O texto nunca foi aplicado.
Em 1999 perde as eleições, contra todas as expectativas. Deixa a liderança do Likud e começa uma curta travessia do deserto. Regressa à ribalta em 2002, como ministro. Em 2005 recupera a liderança do partido e volta à chefia do governo em 2009. É a desforra de Netanyahu, que regressa ao poder dez anos depois de o ter deixado.
Promete trabalhar para a paz com os palestinianos, mas só a troco de uma completa desmilitarização do outro lado: “Se tivermos essa garantia de desmilitarização e de segurança para Israel e se os palestinianos reconhecerem Israel como o Estado do povo judeu, estaremos prontos para um verdadeiro acordo de paz e para uma solução que implique um Estado palestiniano desmilitarizado, ao lado de um Estado judeu”, disse na altura.
Sempre com o apoio dos Estados Unidos, Netanyahu cumpre seis anos consecutivos de governo. Mesmo se os ataques contra Gaza, no último verão, originaram críticas dos norte-americanos, nada consegue abalar a popularidade de “Bibi” do outro lado do Atlântico.
O reinado pode agora estar a chegar ao fim, com a crescente popularidade, nas sondagens, da União Sionista, coligação entre os trabalhistas de Isaac Herzog e o HaTnuah de Tzipi Livni. Mas “Bibi” já provou que é uma autêntica fénix, capaz de renascer das cinzas. Mesmo que perca as eleições, a carreira política está longe de estar terminada.
Week before election, polls give Zionist Union the lead http://t.co/renLUDAmFo#IsraElexpic.twitter.com/rOPOawGDKg
— Haaretz.com (@haaretzcom) March 10, 2015
Trailing with days to go, #Likud frets over possible #IsraElex defeat http://t.co/Ytc3w2PGyp
— The Times of Israel (@TimesofIsrael) March 11, 2015