Tensão crescente no Burundi, com o exército nas ruas

Tensão crescente no Burundi, com o exército nas ruas
De  Nelson Pereira
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No Burundi a tensão não diminui. O exército foi enviado para as ruas da capital, Bujumbura, mas os opositores do presidente Pierre Nkurunziza

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No Burundi a tensão não diminui. O exército foi enviado para as ruas da capital, Bujumbura, mas os opositores do presidente Pierre Nkurunziza continuam os protestos.

Os tumultos começaram com o anúncio da candidatura de Nkurunziza a um terceiro mandato. Depois de quase três semanas de conflito, fala-se de pelo menos 20 vítimas mortais.

Na passada semana, um grupo de militares, liderados pelo general Godefroid Niyombare, tentou sem sucesso depor o presidente. As divisões no seio do exército, coluna de sustentação da unidade conseguida no país depois da guerra civil (1993-2005), fazem surgir receios de um reacender do conflito étnico entre a maioria Hutu e a minoria Tutsi.

Em outubro de 1993, oficiais da etnia Tutsi ordenaram o fuzilamento do primeiro presidente eleito democraticamente, o oposicionista hutu Melchior Ndadaye. A reação dos Hutus deu início à guerra civil, na qual morreram cerca de 300 mil pessoas.

As tensões étnicas ameaçam a estabilidade da região africana dos Grandes Lagos, à semelhança do que aconteceu depois do genocídio que em 1944, no Ruanda, levou à morte de 800 mil pessoas – a maioria Tutsis.

Os receios são particularmente sensíveis no Ruanda, cuja população é composta pela mesma mistura étnica que existe no Burundi.

Mais de mil refugiados abandonaram já o Burundi rumo ao Ruanda, à República Democrática do Congo e à Tanzânia.

Num campo de refugiados na Tânzania foi entretanto identificado um caso de cólera.

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