David Cameron ataca-se ao trabalho ilegal para tentar travar imigração clandestina

O Reino Unido quer confiscar os salários dos imigrantes clandestinos que trabalham no país. A medida foi evocada, esta quinta-feira, pelo primeiro-ministro David Cameron, no dia em que o novo executivo apresenta o seu programa de governo.
No topo das prioridades do executivo conservador está a luta contra a imigração clandestina, um dos temas da campanha eleitoral. Cameron anunciou a criação de um grupo de trabalho para implementar medidas repressivas que passam por multas e penas de prisão para os trabalhadores em situação irregular.
PM: I will chair a new Immigration Taskforce to hold every part of government to account on our relentless drive to control immigration
— UK Prime Minister (@Number10gov) May 21, 2015
“Posso anunciar que vamos criar um grupo de trabalho sobre a imigração que tem como objetivo tornar o Reino Unido num país menos atrativos para os trabalhadores ilegais. Até agora era demasiado fácil trabalhar de forma ilegal, e demasiado fácil empregar trabalhadores ilegais. É por isso que é necessário um gesto radical para que o trabalho ilegal seja reprimido como um crime”.
As intenções de Cameron arriscam-se, no entanto, a ser ensombradas pela revelação dos últimos números da imigração para o Reino Unido.
Longe da promessa do primeiro-ministro, no primeiro mandato, de reduzir as entradas no país a 100 mil imigrantes anuais, os dados de 2014 mostram que 318 mil pessoas cruzaram a fronteira. Um número próximo do pico de 320 mil imigrantes registado em 2005, durante o governo trabalhista de Tony Blair.