Milícias YPG obrigaram militantes do grupo Estado Islâmico a fugir de Suluk e rumam a norte, a caminho da cidade-irmã da turca Akçakale, onde Ancara mantém a fronteira fechada.
Com a ajuda aérea da aliança militar liderada pelos Estados Unidos, milícias armadas do Curdistão sírio preparam-se para atacar o grupo Estado Islâmico (ISIL, na sigla inlesa) em Tell Abyad, uma cidade do norte da Síria, parte da região de Raqqa, colada à fronteira com a Turquia.
As milícias YPG, também conhecidas como Unidades de Proteção Popular, ganharam fama pela oposição armada ao presidente Bashar al-Assad, na região curda da Síria. Um porta-voz destes guerilheiros, Redur Xelil, explicou à Reuters que a milícia está a lutar contra o ISIL lado a lado com outros pequenos grupos rebeldes de árabes sírios.
A mesma fonte revelou que os combates com os “jihadistas” nas proximidades de Tell Abyad já haviam começado, mas um pouco mais a sul, a cerca de 20 quilómetros, na cidade de Suluk, onde garantiu terem sitiado militantes do ISIL. 16 “jihadistas” e pelo menos 3 civis terão morrido nos combates de Suluk.
Kurds pushing deeper into an ISIS stronghold on Syria/Turkey border #TwitterKurds#YPG#FSAhttp://t.co/fKBf3xUMXPpic.twitter.com/wa2IueCPY1
— Mutlu Civiroglu (@mutludc) 14 junho 2015
Os guerrilheiros curdos sírios do YPG estão a aproximar-se de Tell Abyad pelo sudoeste, obrigando os “jihadistas” a recuar. “As forças curdas já estão a apenas cinco quilómetros da cidade”, pormenorizou Rami Abdel Rahman, responsável pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
O controlo de Tell Abyad pelo ISIL é demarcado pela tradicional bandeira negra hasteada dentro da cidade. Rami Abdel Rahman estimou à AFP que apenas 150 elementos do grupo “jihadista” estariam a controlar Tell Abyad. O responsável alega que eles estão espera de reforços, mas garante que a liderança “jihadista” em Raqqa já teria rejeitado o envio de homens para defender Tell Abyad.
IS pulls back from the town of Salouk and YPG backed by rebels advance in it http://t.co/mtpYOupqGc
— المرصد السوري (@syriahr) 14 junho 2015
Situada no extremo norte da Síria e cidade irmã da turca Akçakale, Tell Abyad está colada à fronteira.
Boa parte dos seus mais de 14 mil habitantes tentam fugir da iminente guerra. Uns para Suluk, rumo à cidade síria de Raqqa, outros para norte, para o território turco. Estes, contudo, encontraram a fronteira fechada. Perante a iminente batalha, Ancara recuou e decidiu reabrir a fronteira.
Mais de 13 mil pessoas já conseguiram fugir da Síria para a Turquia. Outros 1500 desesperam por também cruzar a fronteira. Alguns em Tell Abyad.
As autoridades turcas fecharam a entrada de veículos em Akçakale e há meses que estavam a impedir a passagem para a Turquia de pessoas oriundas de Tell Abyad. Ancara apenas permitia a passagem para a Síria, mas apenas a quem tivesse um passaporte válido.
#Kurds battle #ISIL on Syria border as #Turkey blocks refugees http://t.co/9bWhYvhErfpic.twitter.com/O63CP0TUaF
— Hurriyet Daily News (@HDNER) 14 junho 2015
A promiscuidade curda nesta região é uma preocupação para o Governo de Ancara. Agravada pela proximidade de guerrilheiros do YPG, um grupo armado afiliado ao PKK, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, conhecido opositor do executivo turco e considerado um grupo terrorista por Ancara, pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Para suster o ímpeto dos refugiados sírios, que pressionavam a fronteira com medo da guerra, as autoridades fronteiriças turcas chegaram a recorrer à força, com canhões de água e disparos para o ar. Do lado sírio, há relatos de alguns guerrilheiros do ISIL tentavam também repelir as pessoas de tentar cruzar a fronteira, mantendo-as em Tell Abyad.
Turkey opened the gate again and the Syrian were waiting at the border started to enter Turkey again pic.twitter.com/W8FRoxslIo
— Memet Aksakal (Eng) (Fixer_Turkey) <a href="https://twitter.com/Fixer_Turkey/status/610121928733495297">14 junho 2015</a></blockquote>
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<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt" align="center"><p lang="en" dir="ltr">1000s people try to come in at the same time with out control, so security forces stop that. Now they come in under control</p>— Memet Aksakal (Eng) (
Fixer_Turkey) 14 junho 2015