Referendo: Grécia à beira de um ataque de nervos

Referendo: Grécia à beira de um ataque de nervos
De  Euronews  com euronews

A confusão reinava em Atenas esta sexta-feira, último dia de campanha para o referendo relâmpago, marcado no fim de semana passado. As divisões acentuam-se e os gregos nem sabem muito bem o que vão a

A confusão reinava em Atenas esta sexta-feira, último dia de campanha para o referendo relâmpago, marcado no fim de semana passado. As divisões acentuam-se e os gregos nem sabem muito bem o que vão a votar.

O resultado será provavelmente bastante menos importante do que as divisões que a consulta pode provocar.

Os líderes europeus fizeram ativamente campanha pelo “sim”, ameaçando mesmo com uma saída do euro, que não está prevista em nenhum tratado. A oposição grega alinhou pelo mesmo diapasão, enquanto o governo apoia o “não”, com o argumento de ter mais força para negociar em Bruxelas.

“A questão neste referendo não é sobre ficar ou sair do euro. Para algo semelhante acontecer, iria depender de uma série de fatores a médio e longo prazo. Não é um assunto que possa apenas ser decidido pela Grécia”, garantiu o ministro da Cultura, Nikos Xidakis.

“Votar ‘sim’ não é uma escolha fácil, porque os gregos têm atravessado dias difíceis nestes anos de crise. No entanto, este árduo caminho é o único para sair da crise. É a única forma de avançar em direção ao progresso e à prosperidade”, contrapôs Giorgos Koumoutsakos, da Nova Democracia, o maior partido da oposição.

O que irá acontecer se o “não” vencer o referendo é a pergunta que vale tanto como a colossal dívida acumulada pelo Estado helénico e ninguém tem resposta para ela. Consensual é a ideia que as coisas vão mudar, para sempre:

“Nada será como dantes, depois do referendo. Mesmo que o governo se mantenha de pé e Tsipras consiga o ‘não’ que deseja, muitas coisas no país vão ter de mudar drasticamente”, afirmou a analista política Voula Kehagia

Segundo um correspondente da euronews em Atenas, Stamatis Giannisis, “vai ser a 8.ª vez, na História da Grécia moderna, que os gregos votam num referendo. Tal como aconteceu com os anteriores, o resultado será provavelmente bastante menos importante do que as divisões que a consulta pode provocar no seio da sociedade grega e que podem prolongar-se por muitos anos”.

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