Mercado chinês recupera, Egito lança-se ao dólar

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Depois das quedas vertiginosas da bolsa chinesa em junho, Pequim decidiu tomar medidas. E os efeitos não tardaram a aparecer. Na passada sexta-feira

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Depois das quedas vertiginosas da bolsa chinesa em junho, Pequim decidiu tomar medidas. E os efeitos não tardaram a aparecer. Na passada sexta-feira, assistimos a uma recuperação notória dos títulos. No entanto, sendo que a maior parte dos investidores são particulares, estas oscilações acentuadas têm provocado algum pânico. Há analistas que alertam para a iminência de uma onda de choque além-fronteiras. Haverá razões para os mercados ficarem em estado de alerta?

Governo chinês reaviva mercado

Foi graças à intervenção do governo chinês que o mercado acionista do país inverteu subitamente uma tendência que parecia imparável. Desde o início de junho, os títulos chineses caíram cerca de 30%. Para pôr cobro a este desaire, as autoridades reguladoras do gigante asiático proíbiram que os acionistas qualificados vendam ou reduzam a posição numa empresa cotada durante um período de seis meses.

No final da semana passada, a bolsa chinesa respirava finalmente de alívio, com os principais índices do país a registarem crescimentos acima dos 4,5%.

As medidas implementadas por Pequim não ficaram por aqui: todas as Ofertas Públicas Iniciais (IPO) foram canceladas, as taxas de juro sofreram cortes, decidiu-se o prolongamento de empréstimos suportados por ações e uma nova injeção de liquidez no mercado por parte do banco central. O governo anunciou um investimento de mais de 40 mil milhões de euros em setores económicos fragilizados.

A opinião de Nour Eldeen Al-Hammoury, da ADS Securities

euronews:Que leitura podemos fazer destas flutuações? A recuperação chinesa vai continuar?

Nour Eldeen Al-Hammoury:O abrandamento económico que verificámos recentemente na China agravou os receios dos investidores. Muitos fugiram desse mercado rumo a outros destinos mais seguros. No entanto, as entidades reguladoras intervieram a tempo de evitar uma sangria.

Do ponto de vista técnico, temos o índice Shangai Composite, que continua no movimento de retração, uma vez que tinha caído 30%. No entanto, este gráfico mostra-nos que as subidas dos últimos dias atingiram os 8%, o que se destaca na Média Móvel de 200 dias, um indicador importante a curto e médio prazos. Até agora, as quedas não ultrapassaram os limites desta referência.

Esta pode ser uma das explicações para a escalada do índice na semana passada. Desde que o índice se mantenha acima da Média Móvel, o panorama continua a ser positivo no curto e médio prazos.

euronews:Considera exageradas as reações a esta volatilidade? Qual foi o impacto nos mercados do Médio Oriente?

Nour Eldeen Al-Hammoury:A China é uma das economias que mais ajudou à retoma económica global após a crise financeira. É por isso que os investidores receiam tanto um abrandamento. A China continua com um ritmo de crescimento de 7%, o mais alto do mundo. Ou seja, os mercados não se devem precipitar, o pânico não é justificável. No que diz respeito aos mercados do Médio Oriente, como em todo o lado, os títulos são vulneráveis ao que se passa a nível global, incluindo a situação na China e na Grécia. No entanto, esta semana começámos a ver sinais positivos, na antecipação do acordo entre a Grécia e a União Europeia.

Business Snapshot: Egito lança corrida ao dólar

O Misr é a segunda instituição bancária mais poderosa do Egito. E acaba de anunciar um plano de venda de títulos para obter uma reserva de 500 milhões de dólares. As negociações estão a decorrer com vários organismos internacionais e com o Conselho de Cooperação do Golfo. Prevê-se que os títulos cheguem ao mercado dentro de três meses.

Os bancos egípcios lançaram-se numa corrida ao dólar para consolidar fundos nesta divisa. Um objetivo que acabou por degenerar na criação de um mercado negro da moeda americana no Cairo.

De acordo com as primeiras informações, os papéis do Banco Misr deverão ter um prazo de cinco anos, complementado por um empréstimo sindicado. Segundo os últimos dados, a taxa anual de inflação subjacente no Egito caiu de 8.14 em maio para 8.07 em junho.

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