Festival de Jerusalém: O novo cinema israelita

Festival de Jerusalém: O novo cinema israelita
De  Ricardo Figueira com WOLFGANG SPINDLER
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John Turturro foi o homenageado e "Tikkun" o grande vencedor da competição.

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John Turturro foi o homenageado da trigésima segunda edição do Festival de Cinema de Jerusalém. O ator, argumentista e realizador é conhecido pela participação em filmes como “Não dês bronca” (Do the right thing), de Spike Lee, ou vários filmes dos irmãos Coen, como “Miller’s Crossing”, “O grande Lebowski” (The big Lebowski) ou ainda “O Brother, Where Art Thou?”. Turturro recebeu um prémio de carreira.

Claro, o cinema israelita não podia deixar de estar presente no festival. Israel teve mais nomeações para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro que qualquer outro país do Médio Oriente.

“Nos últimos anos, o cinema de Israel cresceu muito, tanto em qualidade como em quantidade. Aumentou a produção. O país tem instalações, ajudas e muito talento. Muitos filmes estão centrados nos temas sociais e políticos do país, sempre muito complicados”, conta o enviado especial da euronews, Wolfgang Spindler.

Os filmes de género não existiam no país há cinco anos. “JeruZalem” de Doron e Yoav Paz, é um filme de zombies sobre um grupo de turistas americanos que fazem encontros estranhos durante a estadia em Jerusalém.

Muitos dos filmes sobre os atuais conflitos são difíceis de digerir, mas atraem um público cinéfilo. O realizador turco Tayfun Pirselimoğlu fez parte do júri: “Todos os filmes que vi aqui mostram uma dor por parte da sociedade. De um primeiro ponto de vista, parece algo muito local, mas por outro lado falam sobre problemas universais. A partir dos problemas locais vemos os problemas da humanidade em geral”.

O documentário “Strung Out”, sobre as drogadas e prostitutas de rua de Telavive, deu o prémio de melhor realizador, na categoria de documentário, a Nirit Ahroni e teve também o prémio para a melhor música.

“Levei um ano e meio até ir com a câmara. Fui ganhando a confiança delas, ajudei-as e tratei da higiene delas. Até que perceberam que esta seria a última oportunidade para dizer o que sentiam sobre a situação. Este poderia ser o último registo da vida delas”, conta a realizadora.

“Tikkun” é o retrato de um judeu ultraortodoxo de Jerusalém que muda de vida depois de um desmaio. O filme, de Avishai Sivan, ganhou quatro prémios, incluindo melhor filme, melhor argumento, melhor fotografia e melhor ator.

Khalifa Natour, árabe israelita, interpreta o papel principal: “É diferente da minha vida. É uma personagem difícil, é outra religião, outra vida. Como sabia muito pouco sobre o que vive esta personagem, tive de estudar muito”, conta o ator.

Diz o realizador Avishai Sivan: “O argumento tem muitas camadas, muitos temas filosóficos, que tentamos abordar, no filme, com perguntas e não com respostas”.

Wedding Doll, de Nitzan Gilady, ganhou os prémios de melhor realizador e melhor atriz. Asi Levi interpreta o papel de uma mulher, mãe de uma jovem com atraso mental, que se apaixona pelo patrão. O relacionamento entre mãe e filha torna-se mais tenso.

Asi é mãe de duas filhas, na vida real: “Tento sempre misturar o trabalho e a minha vida, porque a vida pessoal dá-nos material para trabalharmos, através daquilo que sabemos e daquilo acreditamos. Uma mãe é uma mãe. Ser mãe é um instinto”, conta a atriz.

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