Apesar das divisões sobre algumas das medidas impostas, a larga maioria dos deputados aprovou o avanço para novo empréstimo. Valeu ao executivo a oposição. O cenário de eleições antecipadas ganha forç
Após uma longa madrugada de debate, foi já depois da aurora desta sexta-feira que o Parlamento grego aprovou por larga maioria — 222 a favor e 64 contra — o programa de austeridade que viabiliza um terceiro resgate internacional avaliado em 85 mil milhões de euros.
Os resgates gregos:
1.° 108,3 mil milhões de euros
CE e FMI
(02 maio de 2010)
2.° 164,5 mil milhões de euros
CE, FMI e BCE
(14 de março de 2012)
Fonte: Comissão Europeia
A presidente do Parlamento e partidária do Syriza, Zoe Konstantopoulou, bem tentou prolongar a discussão em busca de mais apoiantes do “não” contra o próprio líder. O ex-ministro das Finanças, Yannis Varoufakis, também. Mas no final não conseguiram mais do que 64 votos contra o resgate e 11 abstenções. Mas deixaram o próprio Syriza ferido na legitimidade de governar.
[ Consulte aqui, em inglês, os dados oficiais da Comissão Europeia sobre os resgates à Grécia ]
O primeiro-ministro teve de apoiar nos votos da oposição para conseguir aprovar o plano. “Temos de dizer as coisas como elas são: a verdadeira escolha era entre um resgate com o euro ou um resgate com o dracma”, defendeu.
O resgate foi aprovado e o novo ministro das finanças helénico seguiu de pronto para Bruxelas. Sucessor de Varoufakis, Euclid Tsakalatos tem agora o papel de apresentar aos restantes “27”, esta tarde, as conclusões do debate em Atenas que terminou pela manhã.
Statement on #Greece in liaison with the ecb</a> <a href="http://t.co/qBM1AQ4uYO">http://t.co/qBM1AQ4uYO</a></p>— European Commission (
EU_Commission) 14 agosto 2015
Em Atenas, no entanto, as feridas abertas no Syriza reforçam a ideia de eleições antecipadas. Alguns meios de comunicação estão a avançar que o primeiro-ministro deverá pedir um voto de confiança ao próprio partido nas próximas semanas como teste para perceber se mantém a maioria parlamentar. Alguns dos deputados que votaram “não” ao resgate já terão admitido que, apesar de tudo, mantêm-se ao lado do executivo.
Greek PM Tsipras wins bailout vote, faces widening rebellion http://t.co/6mwaQ9BIVRpic.twitter.com/CiCLG8OuVA
— Reuters Business (ReutersBiz) <a href="https://twitter.com/ReutersBiz/status/632108466199482368">14 agosto 2015</a></blockquote>
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<p>Para um dos deputados do Syriza e relator do plano para viabilizar o resgate, a ida às urnas na Grécia será inevitável. "Estamos a caminho de eleições. É óbvio. Já não temos a confiança da maioria do nosso grupo parlamentar. Mesmo que consigamos o voto de confiança, há um problema de governo", afirmou Gerasimos Balaouras.</p>
<p>A acompanhar o debate do Parlamento grego, ao longo da madrugada, e a votação consequente, esteve a nossa correspondente em Atenas, Foteini Doulgkeri, que conclui: "Os desenvolvimentos políticos vão ser rápidos depois das perdas sofridas pelo governo durante a votação. a possibilidade de eleições antecipadas está a crescer, enquanto os cidadãos vão começar a sentir em breve as consequências do novo agravamentos das medidas de austeridade."</p>
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<blockquote class="twitter-tweet" lang="pt" align="center"><p lang="en" dir="ltr">Statement at the End of an IMF Staff Visit to Greece <a href="http://t.co/AYKO67Edfq">http://t.co/AYKO67Edfq</a></p>— IMF (
IMFNews) 13 agosto 2015