A Grécia prepara-se para enfrentar o seu maior desafio: o terceiro resgate acordado com os credores. O parlamento ainda não o aprovou, só o fará esta
A Grécia prepara-se para enfrentar o seu maior desafio: o terceiro resgate acordado com os credores. O parlamento ainda não o aprovou, só o fará esta sexta-feira de manhã, ainda que fosse importante chegar a acordo antes da reunião do Eurogrupo agendada também para esta sexta-feira. Mas para os gregos o futuro, com a sua aprovação, trará mais, e mais dura, austeridade para o país.
Contra a aprovação do resgate manifestaram-se, esta quinta-feira, à noite, frente ao parlamento, em Atenas, alguns milhares de gregos:
“Eu sou contra as novas medidas que o governo do Syriza apresentou no parlamento pela porta das traseiras. A classe trabalhadora votou “Não”, 65,1%”, diz uma grega.
“A solução é sair da União Europeia para que a saúde do nosso país volte a estar nas nossas mãos. Precisamos de comida, de sistemas de saúde e educação decentes, agora preocupamo-nos com as nossas necessidades dia a dia”, desabafa um grego.
Mas o descontentamento não se sente apenas nas ruas. O Syriza, vive uma espécie de “guerra civil”, com cada vez mais desacordo entre os seus membros:
“Mesmo antes de o parlamento o aprovar, o terceiro resgate já desencadeia reações negativas. O impacto é enorme, não só dentro do Syriza, que corre o risco de se dividir, mas por toda a sociedade. O facto é que a ideia de eleições antecipadas parece agora mais presente do que nunca”, adianta o correspondente da euronews em Atenas, Konstantinos Tsellos.