Festival de Glyndebourne: Duas óperas e um piquenique

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Um dos destaques desta edição do Festival de Glyndebourne, em Inglaterra, foi “L’enfant et les sortileges” e “L’heure espagnole”, de Ravel. Obras

Um dos destaques desta edição do Festival de Glyndebourne, em Inglaterra, foi “L’enfant et les sortileges” e “L’heure espagnole”, de Ravel. Obras encenadas pelo francês Laurent Pelly. A encantadora soprano Danielle de Niese foi a estrela em ambos as óperas: “Foi o que me levou a pensar que seria bastante interessante: fazer um papel de femme fatale e de um rapaz andrógino na mesma noite.”

“Creio que representa a natureza primitiva da criança. As crianças ainda estão a aprender a comportar-se na sociedade, é por isso que quando uma criança não consegue o que quer, faz birra e chora. E, nós adultos, sabemos lidar com estas crises de temperamento… Bem, quase todos nós. A moralidade dos [objetos] no seu quarto ganha vida, para lhe ensinar sobre o amor…”, diz Danielle de Niese.

O encenador Laurent Pelly explica:“É uma ópera muito curta, creio que a cena mais longa dura, provavelmente, um minuto e meio, dois minutos no máximo; e tem uma espécie de atmosfera onírica. Na minha opinião, quando se muda de uma cena para a outra, o segredo numa peça como esta é conseguir ser-se abrupto numas alturas e fluente e leve noutras…”

Glyndebourne também é mundialmente famoso pelo seu piquenique, durante o longo intervalo. Danielle de Niese, conhecida como Danni, vive nesta casa senhorial, depois de ter casado com o diretor do festival e acabou de ter um bebé – Bacchus: “É claro que ter um bebé três semanas antes do início dos ensaios, representou outro desafio físico. Já sabia que ia haver uma transformação na ópera, na passagem da heroína para a criança e teria de aprender a esconder a minha feminilidade e a tirar partido das características que me transformam em rapaz. Mas, quando cheguei aos ensaios, com um corpo que mudou drasticamente desde o nascimento, foi como um triplo desafio para mim!”

“L’heure espagnole” conta a história de Conception, uma mulher sexualmente insatisfeita que tenta encontrar o seu amante, pelo menos, durante uma hora por semana.

“Fui para os ensaios a querer fazer uma peça francesa de um compositor francês, [mas] eu sou espanhola. Há que ter um pouco mais de temperamento… Uma chama fogosa… Um espírito de uma mulher espanhola. Foi um aspeto muito importante, para que não me tornasse demasiado francesa!”, acrescenta Danni.

“Em “L’heure espagnole” as personagens fazem parte desta loja de relógios – é sempre divertido tirar partido do elemento “pitoresco” da música, para criar movimento. Neste espetáculo, o movimento acompanha quase todas as ideias do compositor Ravel”, conclui o encenador.

A próxima edição do Festival de Glyndebourne terá lugar de 21 de maio a 28 agosto de 2016. O 400º aniversário da morte de William Shakespeare será assinalado com produções como: “Béatrice et Bénédict” de Berlioz e “Sonho de Uma Noite de Verão”, de Britten.

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