Ativista foi detido a 20 de junho e responsabiliza José Eduardo do Santos pelas consequências da greve de fome que começou há 29 dias
Luaty Beirão responsabiliza o presidente de Angola, José Eduardo do Santos, pelas consequências da greve de fome que começou há 29 dias. O rapper, formado em engenharia, considera que os seus direitos constitucionais estão a ser desrespeitados.
Beirão foi transferido durante a semana para uma clínica particular, depois de ter perdido os sentidos durante alguns minutos. A carta divulgada este domingo tem a data de 14 de outubro e a assinatura foi reconhecida pelos serviços prisionais.
Posted by Luaty Beirão on Domingo, 18 de Outubro de 2015
O ativista de 33 anos foi detido no dia 20 de junho com mais 14 jovens. Em setembro foram acusados pelo ministério público de prepararem uma rebelião e um atentado contra o chefe de Estado. O caso começa a gerar algumas reações internacionais.
Domingo, 18 de Outubro. Clínica Girassol, Luanda.Hoje foram feitos exames mais detalhados . Todos os testes dão…
Posted by Luaty Beirão on Domingo, 18 de Outubro de 2015
O Ministério dos Negócios Estrangeiros está a encetar contactos para conseguir um encontro a sós com o cidadão luso-angolano. Durante a semana o rapper recebeu a visita de alguns diplomatas da União Europeia e, em Lisboa, realizou-se um pequeno protesto.
Além de Luaty Beirão, há outro ativista em greve de fome. De acordo com o site Maka Angola, Albano Bingobingo pode estar em risco de vida. Menos mediático, o caso de Bingobingo pode ser mais grave, denuncia o jornalista angolano Rafael Marques de Morais.
Bingobingo iniciou a greve de fome há 11 dias mas no sábado (17 de outubro) encontrava-se numa sala de detenção com cerca de uma centena de outros reclusos, apenas uma latrina comum e sem atenção médica. A mulher de Luaty Beirão, Mónica Almeida, declarou ontem à euronews que os 14 ativistas foram entretanto transferidos para cadeia-hospital de São Paulo, em Luanda.
#Angola discrimina Albano Bingobingo, em greve de fome há 9 dias. Está numa pocilga humana. http://t.co/92b4ut6YQxpic.twitter.com/xCOGQ622hn
— Maka Angola (@makaangola) 18 outubro 2015
O Governo de Angola continua em silêncio sobre estes 15 ativistas, mas de uma forma geral reagiu a uma resolução europeia que solicitou a Luanda pela “libertação imediata e incondicional de todos os ativistas pelos direitos humanos, incluindo Marcos Mavungo e os 15+1 ativistas detidos em junho de 2015.”
[ A Resolução do Parlamento Europeu de 10 de setembro ]
Num comunicado de 25 de setembro, disponibilizado pela assessoria de imprensa da Embaixada angolana no Benelux, o executivo liderado por José Eduardo dos Santos limitou-se a a reagir a resolução n°2015/2839 (RSP) do Parlamento Europeu, aprovada, recentemente, sobre a situação dos Direitos Humanos em Angola. “o Executivo angolano rejeita categoricamente o conteúdo da resolução do Parlamento Europeu sobre eventuais casos de violação de direitos humanos e lamenta que uma instituição credível se tenha deixado enredar por informações caluniosas”, lê-se na nota.
O Governo angolano acrescenta ainda que a resolução foi tomada tendo “por base um relatório parcial e subjectivo, elaborado por uma eurodeputada (a portuguesa ana Gomes) que realizou uma deslocação privada à República de Angola, no passado mês de Julho.”
yanisvaroufakis</a> juntou-se à campanha <a href="https://twitter.com/hashtag/liberdadej%C3%A1?src=hash">#liberdadejá</a> para os <a href="https://twitter.com/hashtag/Angola15?src=hash">#Angola15</a>! Junta-te tu também! <a href="https://twitter.com/hashtag/coimbra?src=hash">#coimbra</a> <a href="https://twitter.com/AmnistiaPT">
AmnistiaPTpic.twitter.com/vRbQCOcgQv
— GrupoAIcoimbra (@GrupoAIcoimbra) 18 outubro 2015