O presidente da Federação de Futebol da Alemanha (DFB), Wolfgang Niersbach, demitiu-se esta segunda-feira na sequência de um escândalo provocado por
O presidente da Federação de Futebol da Alemanha (DFB), Wolfgang Niersbach, demitiu-se esta segunda-feira na sequência de um escândalo provocado por alegadas irregularidades relacionadas com a organização do Mundial2006. “Assumo a responsabilidade política”, disse o dirigente, após reunião da cúpula da federação, embora refute qualquer tipo de culpa pessoal.
O escândalo surgiu na sequência de denúncia da revista Der Spiegel sobre presumíveis subornos para a Alemanha conquistar a organização do Mundial de 2006, mas decisivas foram as notícias posteriores sobre evasão fiscal.
Konsequenz aus der #WMAffäre: Wolfgang Niersbach tritt von seinem Amt als Präsident des #DFB zurück. https://t.co/Mg4llpaxKL
— SPIEGELONLINE (@SPIEGELONLINE) 9 novembro 2015
“Estive implicado desde o primeiro dia da candidatura para o Campeonato do Mundo e até ao final do filme ‘sonho de verão’. Trabalhámos ao longo de todos estes anos… de forma limpa, confiável e correta”, vincou. Niersbach deixou ainda a garantia de inocência: “Nas áreas da minha responsabilidade — marketing, media, acreditações e organização do evento — posso dizer que tenho a consciência limpa e comportamento irrepreensível”.
A Federação Alemã de Futebol já havia recusado, há duas semanas, ter subornado a FIFA, mediante um pagamento de 6,7 milhões de euros, para poder organizar o campeonato do mundo de 2006, com o organismo liderado até há pouco por Sepp Blatter, também envolvido num vasto processo de corrupção, a demarcar-se das explicações germânicas.
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DerSPIEGEL) 17 outubro 2015
Segundo Niersbach, os 6,7 milhões que a federação recebeu de Robert Louis-Dreyfus, antigo chefe da Adidas, foram doados à FIFA em 2002, dois anos após a escolha do país como sede do mundial, para assegurar uma posterior subvenção de 170 milhões da entidade que gere o futebol mundial.
“Que o apoio financeiro dos comités de organização dos campeonatos do mundo seja coberto com qualquer adiantamento financeiro não corresponde a qualquer procedimento ou regra em vigor na FIFA. Além disso, o comité de finanças da FIFA não está autorizado a receber pagamentos e não tem conta bancária própria”, indicou o organismo.
Após uma “denúncia” da publicação Der Spiegel, a 16 de outubro, a DBF reconheceu o pagamento de 6,7 milhões de euros à FIFA, assegurando também que esse valor nada teve a ver com a atribuição do Mundial. Na votação, que decorreu no ano de 2000, a Alemanha ganhou o direito de organizar o campeonato do mundo de futebol por uma vantagem de um voto, tendo conquistado 12, contra os 11 da África do Sul, após a abstenção do neozelandês Charles Dempsey.
Texto: Lusa