Em Paris choram-se as vítimas do ataque desumano de sexta-feira treze. As manifestações de pesar multiplicaram-se um pouco por toda a cidade
Em Paris choram-se as vítimas do ataque desumano de sexta-feira treze. As manifestações de pesar multiplicaram-se um pouco por toda a cidade, particularmente pelos seis locais que foram alvo dos terroristas.
Entre os presentes há invariavelmente um nó na garganta e um sentimento de insegurança: “Nunca pensei que isto se pudesse passar no meu bairro, à porta de casa. Agora percebo que isto pode acontecer em qualquer sítio, não estamos seguros em lado nenhum.”
Dez meses depois do ataque ao Charlie Hebdo, o cenário de dor repete-se nas ruas da capital francesa. O último ataque veio colocar a nu as fragilidades do sistema de alerta máximo que se encontrava em vigor desde então:
“Convencemo-nos que o plano Vigipirate nos ia salvar, que nos ia ajudar, que íamos estar em segurança e podíamos continuar a viver, a construir, a acreditar no futuro.
Agora ficou provado que o Vigipirate não funciona. É preciso encontrar outras soluções ou então mostrar-nos que podemos sair tranquilamente, ir às compras. O Natal aproxima-se e todas as lojas estão cheias. Não sabemos se havemos de ir, se podemos sair ou não.”
A dor, a revolta, o medo. Paris tem as emoções à flor da pele e não recuperará tão cedo deste rude golpe.