Arábia Saudita elege vereadoras nas primeiras eleições abertas às mulheres

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De  Dulce Dias  com Lusa, Al-Jazeera, Al-Arabya, AFP, CCTV, Reuters
Arábia Saudita elege vereadoras nas primeiras eleições abertas às mulheres

Pelo menos, quatro mulheres foram eleitas vereadoras na Arábia Saudita, uma delas no município de Madrakah, na região da Meca, principal local santo do Islão; outra em Tobouk e mais duas em Ihssa.

Esta foi a primeira vez que as mulheres puderam votar – e candidatar-se – no reino ultraconservador da Arábia Saudita – embora com assembleias de voto exclusivamente femininas.

A televisão Al-Arabya fala mesmo de oito eleitas mas a contagem dos votos continua.

Para já, o Gadiia al-Kahtani, o presidente da comissão de eleições municipais fala da participação: “Registámos um bom número de participantes. Cerca de 600.000 votantes entre os quais, 130.000 mulheres, o que faz um taxa de participação total de 24%.”

Na prática, o voto feminino representa cerca de 100% das eleitoras inscritas: elas era 130.637 num total de 1.486.477 eleitores.

Este sábado, 6000 homens e 900 mulheres candidataram-se a um lugar nos 284 conselhos municipais do país – única instância do reino composta por representantes eleitos, embora com poderes limitados.

A Comissão Eleitoral, numa estrita aplicação da ‘sharia’ – a lei islâmica -, impôs a segregação total dos sexos durante a campanha eleitoral e proibiu a utilização de fotografias pelos candidatos no decurso da campanha ou a realização de comícios e discursos perante pessoas do outro sexo.

A medida afetou sobretudo as mulheres, menos de 10% dos eleitores registados nos cadernos eleitorais, mas que, pela primeira vez na História do reino, tiveram direito de voto.

Foi um decreto real de 2011, ratificado pelo falecido rei saudita Abdullah bin Abdul Aziz, que permitiu às mulheres participar nas eleições municipais como candidatas e eleitoras, precisamente a partir deste escrutínio.