O primeiro Secretário-Geral da ONU proveniente do continente africano, o egípcio Boutros Boutros-Ghali, faleceu esta terça-feira num hospital do
O primeiro Secretário-Geral da ONU proveniente do continente africano, o egípcio Boutros Boutros-Ghali, faleceu esta terça-feira num hospital do Cairo, aos 93 anos de idade.
O anúncio foi feito pelo embaixador venezuelano na ONU, ao início de uma reunião do Conselho de Segurança, marcada por um minuto de silêncio.
Defensor do então chamado “terceiro mundo”, Boutros-Ghali tinha desempenhado o cargo cimeiro da ONU entre 1992 e 1996, marcado pela crise na Somália, tendo protagonizado uma das primeiras grandes operações humanitárias das Nações Unidas em África.
O responsável, cujo mandato se cruzou com a guerra na ex-Jugoslávia, tinha sido igualmente criticado pela inação durante o genocídio no Ruanda, ou a falta de intervenção da ONU durante a guerra civil em Angola.
Ban Ki-Moon saudou hoje o trabalho do seu antecessor, sublinhando o seu papel, “na série de operaçôes de paz que se seguiram ao final da guerra fria”.
Statement by Ban Ki-moon on the death of former
UN</a> Secretary-General Boutros Boutros-Ghali <a href="https://t.co/jEOgO9BsSr">https://t.co/jEOgO9BsSr</a></p>— UN Vienna (
UN_Vienna) February 16, 2016
Originário de uma família cristã copta do Egito, casado com uma mulher judia, o antigo responsável político tinha sido um dos principais negociadores dos acordos de paz israelo-palestianos de Camp David, no final dos anos setenta.
O intelectual tinha presidido até 2002 a organização internacional da Francofonia, com um papel ativo no continente africano, após a sua saída da ONU.