A sede do jornal Zaman, em Istambul, foi palco de confrontos, depois da polícia turca forçar a entrada nas instalações do diário hostil ao presidente
A sede do jornal Zaman, em Istambul, foi palco de confrontos, depois da polícia turca forçar a entrada nas instalações do diário hostil ao presidente Recep Tayyip Erdogan.
As autoridades usaram gáz lacrimogéneo e canhões de água para dispersar centenas de pessoas que bloqueavam o acesso ao edifício, gritando que a “imprensa livre não pode ser silenciada”, depois da Justiça ter decidido colocar sob tutela o jornal.
Turkey seizes control of anti-Erdogan daily in midnight raid https://t.co/8idEsN3Mxw
Stuart_JW</a> <a href="https://t.co/tG1dQmOav7">pic.twitter.com/tG1dQmOav7</a></p>— AFP news agency (
AFP) March 4, 2016
Várias ONG’s e representantes europeus criticaram a decisão turca de confiscar o Zaman e a publicação “gémea” em inglês, “Today’s Zaman”, num contexto de preocupações crescentes com os esforços do governo turco para silenciar os meios de comunicação dissidentes.
Today's Zaman chief editor posts “probably last message” from her office after police raid https://t.co/NZI7xoz5alpic.twitter.com/jLF1EtKgls
— Today's Zaman (@todayszamancom) March 4, 2016
O editor-chefe do Zaman afirma que “infelizmente, tornou-se num hábito, nos últimos três ou quatro anos, o facto de que quem eleva a voz contra as políticas do governo vai parar perante os tribunais, à prisão ou sob o controlo do regime”. Abdulhamit Bilici diz que “é um período negro para a Turquia e para a democracia” turca, mas não acredita que “vai continuar”.
O grupo Zaman é considerado próximo do imã Fethullah Gülen, no exílio, antigo aliado que se tornou no “inimigo número um” de Erdogan depois do escândalo de corrupção que afetou as mais altas esferas do poder no fim de 2013.