Oposição síria: "Se retirada militar for parcial, o que vai a Rússia fazer com o resto das tropas?"

Oposição síria: "Se retirada militar for parcial, o que vai a Rússia fazer com o resto das tropas?"
De  Francisco Marques  com FAIZA GARAH

Uma nova ronda negocial pelo fim do conflito na Síria começou segunda-feira em Genebra e deverá prolongar-se até 24 de março, estando previsat depois uma pausa de até 10 dias, e novo retomar das conve

Uma nova ronda negocial pelo fim do conflito na Síria começou segunda-feira em Genebra e deverá prolongar-se até 24 de março, estando previsat depois uma pausa de até 10 dias, e novo retomar das conversações em abril.

Se a retirada militar russa for parcial, nós perguntamos: o que vai a Rússia fazer na Síria com o resto das suas tropas?

A euronews falou em exclusivo, em Genebra, na Suíça, com Salim al-Muslet, o porta-voz delegação da maioria da oposição ao presidente da Síria, Bashar al-Assad. A coligação mostra-se satisfeita com a decisão de Vladimir Putin de retirar as forças militares russas do país, mas apenas se for uma retirada completa. A confirmar-se, isso teria um impacto positivo nas conversações de paz para a Síria que estão a decorrer na sede europeia das Nações Unidas.

“Penso que a decisão de retirada militar russa é positiva se ela for, de facto, uma realidade no terreno. Uma retirada completa das forças russas vai, certamente, ter impacto nas conversações, aqui, em Genebra, mas se essa retirada militar for parcial, nós perguntamos: o que vai a Rússia fazer na Síria com o resto das suas tropas?”, questionou Salim al-Muslet.

O representante da comissão da oposição síria para as negociações em Genebra participou, entretanto, numa cerimónia simbólica a poucos dias do trágico aniversário do conflito sírio. Salim al-Muslet lançou flores pelo fim de uma guerra que, desde março de 2011, já terá feito mais de 270 mil mortos e levou milhões a fugir de suas casas.

(“O balanço do conflito sobre o povo sírio vai para além do imaginável”,
Paulo Pinheiro, presidente da Comissão de Inquérito na Síria do Conselho de Direitos Humanos.)

A enviada especial da euronews à Suíça, Faiza Garah, teve ainda oportunidade de falar com um representante curdo da delegação da oposição a Bashar al-Assad. Abdul Hakim Bashar deu voz a uma proposta de solução para o futuro da Síria: “Estamos ao lado dos sírios no que diz respeito a uma transição política no país. Mas temos reivindicações. Nós consideramos que a melhor forma de construir uma nova Síria será a criação de um estado federal.”

A nossa jornalista, da equipa árabe, uma das 13 línguas da euronews, deixa também uma questão no ar para esta ronda negocial em curso com vista ao fim da guerra na Síria: “A decisão do presidente russo de retirar da Síria uma grande parte das suas tropas eclipsou os debates das duas delegações sírias, aqui, nos corredores das Nações Unidas. A questão, agora, é como é que essa manobra russa vai afetar as decisões a tomar pelos protagonistas sírios?”

(Este dia marca 5 anos de sofrimento pelo povo sítio)
(Este dia marca 5 anos desde que começou a guerra na Síria. Eu sou síria e eu estou com a Síria.)
(Cinco longos anos — Comissão de Inquérito sobre a Síria reporta
ao Conselho da ONU dos Direitos Humanos.)
(Síria 5 anos — no 5.° anivers´rio do conflitom a ONU e os seus parceiros apelam pela paz.)

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