O medo e a ignorância permitiram manter viva uma prática que se julgava desaparecida há cerca de quatro décadas
Acorrentadas em casa ou presas em instituições. É desta forma que milhares de pessoas com problemas mentais continuam a viver na Indonésia.
A prática conhecida por pasung foi oficialmente abolida em 1977, mas um relatório do Observatório dos Direitos Humanos revela agora que, afinal, nunca deixou de ser usada.
Já o governo indonésio admite que mais de 57 mil pessoas tenham sido alvo desta prática, pelo menos, uma vez na vida.
https://www.hrw.org/news/2016/03/20/indonesia-treating-mental-health-shackles
As 72 páginas do relatório relatam o que significa “viver no inferno” num país onde as doenças de foro psíquico ainda são encaradas como maldições ou feitiçaria.
https://www.hrw.org/report/2016/03/20/living-hell/abuses-against-people-psychosocial-disabilities-indonesia
O Observatório dos Direitos Humanos estima que 19 mil pessoas se encontrem a viver acorrentadas e sejam, frequentemente, sujeitas a abusos físicos.
Segundo o relatório, o recurso a esta prática não é alheio à falta de serviços públicos de apoio a este tipo de doentes.
Estas pessoas podem viver anos acorrentadas. Muitas vezes, pelas mãos das próprias famílias.
É no mesmo espaço que dormem, comem e urinam
De acordo com o relatório pelo menos 175 pessoas foram libertadas recentemente.
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