Sudão do Sul: Ban Ki-moon apela a embargo de armas e forças beligerantes ordenam cessar-fogo

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O Presidente sul-sudanês, Salva Kiir, ordenou, esta segunda-feira, um cessar-fogo que entrou em vigor às 18:00 locais, após três dias de combates na capital, Juba, entre forças lealistas e ex-rebeldes

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O Presidente sul-sudanês, Salva Kiir, ordenou, esta segunda-feira, um cessar-fogo que entrou em vigor às 18:00 locais, após três dias de combates na capital, Juba, entre forças lealistas e ex-rebeldes, anunciou o ministro da Informação, Michael Makuei.

Do outro lado da barricada está o vice-presidente, Riek Machar, o comandante dos ex-rebeldes, que também apelou a um cessar-fogo.

Os confrontos, que já provocaram centenas de mortos, também fizeram baixas entre os capacetes azuis da ONU.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que seja decretado “um embargo imediato de armas” destinadas ao Sudão do Sul: “hoje, exorto o Conselho a agir em três frentes: Em primeiro lugar, impor um embargo de armas imediato no Sudão do Sul Em segundo lugar, promulgar sanções específicas e adicionais aos líderes e comandantes que bloqueiam a execução do Acordo. Em terceiro lugar, fortalecer a Missão da ONU no Sudão do Sul, UNIMISS “

Os confrontos em Juba iniciaram-se um dia antes do Sudão do Sul cumprir o seu quinto aniversário e quando tentava recuperar de uma guerra civil, desencadeada em dezembro de 2013, que deixou a economia em ruínas e causou dezenas de milhares de mortos e mais de 2 milhões de deslocados.

O monstro da guerra civil continua a ameaçar o Sudão do Sul

Cinco anos depois da independência do Sudão do Sul, que encerrou a mais longa guerra civil no continente africano, a nova nação permanece dividida, palco de conflitos que são motivo de uma grave crise humanitária.

Os combates entre soldados fiéis ao presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, e as forças do vice-presidente Riek Machar, fizeram este fim-de-semana pelo menos 270 mortos, segundo os meios de comunicação locais. Milhares de habitantes fugiram da capital, Juba, onde os confrontos prosseguem.

A erupção de violência faz temer que uma guerra civil se desencadeie no país.

É este o tema da conversa da jornalista da euronews Sarah Chappell com o jornalista da africanews Michael Dibie.

Sarah Chappell, euronews:

Quais são as razões que explicam o falhanço do governo de unidade na implementação de uma liderança para o país?

Michael Dibie, africanews:

O governo de unidade nacional não está a funcionar. Acho que em grande parte por causa da fórmula de repartição do poder, que não se reflete nas bases. Diz-se que o vice-presidente Riek Machar assinou com relutância o acordo, apesar de alguns prazos não terem sido cumpridos .
Foi acordado um novo gabinete com 16 ministérios para o governo e 10 para a oposição, dois para o grupo dos Ex-Prisioneiros e dois ministérios para os restantes partidos da oposição .
Segundo algumas fontes, Kiir ainda não retirou as suas forças para 25 km fora da capital, uma condição essencial do acordo de formação do governo de unidade nacional.

Sarah Chappell, euronews:

O presidente Kiir e o vice-presidente Machar apelaram à calma, mas será que estão em pleno controlo dos seus seguidores?

Michael Dibie, africanews:

É óbvio que existe uma enorme desconfiança entre Kiir e Machar e as suas forças. Podem até estar empenhados em controlar as tropas, mas foram assinados vários acordos de paz e até agora nenhum levou a uma estabilidade duradoura.

Sarah Chappell, euronews:

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Parece-lhe possível que seja conseguido um fim rápido para a violência e o estabelecimento de paz duradoura?

Michael Dibie, africanews:

O Sudão do Sul deveria ser um país cheio de esperança, cinco anos após ter obtido a independência. Em vez disso, está agora subjugado por uma enorme crise humanitária provocada por alguns.
Na verdade, parece-me necessário que as partes envolvidos se reúnam para decidir o que tem de ser feito para que uma solução seja encontrada e uma paz duradoura seja estabelecida em toda a nação.

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