David Cameron ficará para a História como o primeiro-ministro que provocou a saída do Reino Unido da União Europeia, tanto mais que não queria que saísse.
David Cameron ficará para a História como o primeiro-ministro que provocou a saída do Reino Unido da União Europeia, tanto mais que não queria que saísse. No dia seguinte à vitória do Brexit, a 24 de junho, Cameron anunciou a demissão antes do outono.
Seis anos antes, quando chegou ao n° 10 de Downing street, com 43 anos, “Dave”, como lhe chama a mulher, Samantha, era o mais jovem chefe do governo britânico desde 1812.
Sem maioria absoluta, foi obrigado a coligar-se com o liberais democratas de Nick Clegg. Foi a primeira vez desde 1945 que se constituiu uma coligação desta natureza. A prioridade era o crescimento económico e, apesar dos protestos, Cameron aplica um plano de austeridade.
Em 2013 a sua política começa a dar frutos. O Reino Unido regista um crescimento superior a 3,5% e cria um milhão de empregos em dois anos.
A15 setembro de 2011 David Cameron e Nicolas Sarkozy realizam, em conjunto, uma visita histórica à Líbia, sete meses após o início da rebelião que a França e o Reino Unido apoiaram contra o regime de Mouammar Kadhafi.
Cameron não foge aos desafios políticos e em 2012, assina um acordo sobre um referendo pela independência da Escócia. O voto realiza-se em setembro de 2014 e o “Não” vence com 55,3%. Uma aposta ganha para o primeiro ministro britânico.
Confiante pelo resultado na Escócia e por uma maioria absoluta nas urnas, quando é reconduzido no cargo, em 2015, mantém a promessa de um referendo sobre a Europa. “E, sim, vamos realizar um referendo sobre “sim” ou “não” ao nosso futuro na Europa. E enquanto conduzimos este processo vital, queremos garantir a unidade do nosso país”, afirmou.
Para manter o país no grupo dos 28, negocia com Bruxelas um estatuto especial para o Reino Unido, reclamando a suspensão das prestações britânicas para o orçamento europeu e envolve-se na campanha para a manutenção do país na União.
Mas, desta vez, a sorte não esteve do seu lado e os britânicos também não. O Brexit impõe-se, com 52% dos votos.
Três semanas após a derrota, David Cameron deixa a cena política e, atrás de si, um país em plena turbulência. Na segunda-feira anunciou:
“Teremos aqui um novo primeiro-ministro, a partir de quarta-feira à tarde”… E depois, saiu a cantar…