Secretário do Tesouro norte-americano foca-se no "Brexit" sem esquecer tragédia grega

Secretário do Tesouro norte-americano foca-se no "Brexit" sem esquecer tragédia grega
De  Francisco Marques

O secretário de Estado do Tesouro norte-americano fechou em Atenas uma minidigressão europeia em que o foco foi precaver eventuais impactos económicos globais da saída do Reino Unido da união europeia

O secretário de Estado do Tesouro norte-americano fechou em Atenas uma minidigressão europeia em que o foco foi precaver eventuais impactos económicos globais da saída do Reino Unido da união europeia decidida a 22 de junho no famoso referendo do “Bexit”.

Um acordo entre Reino Unido e União Europeia que permita uma forte relação entre ambos é do interesse da Europa, dos Estados Unidos e da economia global.

Jack Lew SE Tesouro EUA

Jack Lew foi também questionado pela situação económica da Grécia, a braços ainda com a liquidação de um resgate internacional e a tentar reunir apoio para uma reestruturação da dívida, mas Atenas apenas obteve uma mensagem de esperança e confiança.

Com escalas também em Londres, Paris e Bruxelas, o secretário do Tesouro norte-americano cumpriu uma promessa do Presidente Barack Obama e passou cerca 7 horas na capital grega antes de seguir viagem para a cimeira do G-20, na China. O impacto do “Brexit” era o principal tema em agenda.

“Os Estados Unidos mantêm-se a trabalhar com os parceiros britânicos e europeus nas negociações de transição (saída) para garantir a estabilidade económica e permitir o avanço do crescimento e prosperidade económicos na Europa e por todo o mundo. Um acordo entre Reino Unido e União Europeia que permita uma forte relação entre ambos é do interesse da Europa, dos Estados Unidos e da economia global”, afirmou o responsável norte-americano.

Sobre a situação económica da Grécia, Jack Lew aconselhou o primeiro-ministro helénico, Alexis Tsipras, a não deitar a perder todos os esforços já efetuados pelos gregos. “O facto de estarmos sentados aqui, agora, em julho, e o mundo não estar preocupado com uma eventual crise na Grécia, é bom, mas não significa que os problemas estejam resolvidos. É nisso, parece-me, que as conversas nos próximos meses se devem focar”, limitou-se a dizer Jack Lew.

O foco das preocupações dos Estados Unidos pode estar no impacto global da saída do Reino Unido da União Europeia, mas na Grécia as prioridades são outras, como conclui a nossa correspondente em Atenas, Symela Touchtidou: “A visita a Atenas do secretário do Tesouro norte-americano foi tudo menos cerimonial. Com a Turquia em turbulência política nas fronteiras a leste e a Itália à beira de uma crise bancária a ocidente, à Grécia pede-se que seja um pilar de estabilidade política e económica na região.”

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