Angola, principal destino do investimento chinês em África

Angola, principal destino do investimento chinês em África
De  Antonio Oliveira E Silva com LUSA, CHINAFILE, ASIAN SOCIETY
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Angola, Moçambique e Guiné Equatorial encontram-se entre os principais destinos do investimento chinês em África.

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Com ChinaFile, Asian Society e Lusa

A ChinaFile, uma revista digital norte-americana do Centro de Relações Estados Unidos- China, parte da Organização Não Governamental Asian Society, diz que Angola é o país africano que mais tem beneficiado dos empréstimos concedidos pela República Popular da China nos últimos 16 anos.

Luanda terá recebido, de acordo com uma investigação levada a cabo pela publicação digital, mais de 10 mil milhões de euros, em particular nos setores dos transportes, com 20%, e a produção e abastecimento de energia, com 18%.

No entanto, a sociedade civil, diz a ChinaFile, citada pela agência Lusa, recebeu apenas, em 16 anos, cerca de 600 milhões de euros.

A China consolidou-se como um dos principais investidores do mercado Angolano depois do fim da guerra civil naquele país africano, em 2002, impondo-se a investidores tradicionais como Portugal, o Brasil, a França e os Estados Unidos.

Os investimentos chineses podem ser encontrados em setores considerados fundamentais para o desenvolvimento económico do país, desde as estradas aos caminhos de ferro e pontes e viadutos.

Por outro lado, a China afirmou-se como o principal importador do petróleo produzido no mundo e em Angola, matéria essencial para a economia do país. Pequim obteve ainda, segundo a publicação ChinaFile, condições favoráveis para a exploração de minérios em Angola.

Vivem, em todo o continente Africano, cerca de 1 milhão de chineses, 250 mil dos quais em Angola, um dos países com a maior concentração de pessoas oriundas do país asiático no região.

Investimentos em Moçambique

O investimento em Moçambique também tem sido importante. O país da África austral apareça em 11o lugar. Desde o ano 2000, Maputo beneficiou de mais de 5200 milhões de euros do Governo chinês, para além do perdão da “dívida por parte de Pequim que Maputo não pagou em 2015:http://www.verdade.co.mz/economia/58288-china-perdoa-divida-que-mocambique-nao-pode-pagar-ate-ano-passado. No caso de Moçambique, o setor de transporte e armazenagem foi o principal recetor de investimentos, com 45% do total, seguido da banca e dos serviços financeiros, com 36%. A saúde, as comunicações e o abastecimento e a produção de energia foram as áreas menos beneficiadas, no caso moçambicano.

A Guiné Equatorial, admitida na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2014 foi, foi o segundo maior beneficiário per capita do apoio financeiro chinês a África.

There Are Lots More Chinese Soldiers in Africa Today & More To Come—eolander</a> <a href="https://twitter.com/stadenesque">stadenesquehttps://t.co/q2IfFsDu07pic.twitter.com/7Fj1RtUQT9

— ChinaFile (@ChinaFile) July 28, 2016

Outros dos países que mais beneficiaram dos empréstimos chineses encontram-se o Sudão, o Gana e a Etiópia. Desde o ano 2000, África terá recebido da China pelo menos 90 mil milhões de euros, um valor que rivaliza com os montantes investidos pela primeira economia do planeta, os Estados Unidos, que investiu 94,5 milhões de euros.

Entretanto, a China já anunciou que deverá conceder pelo menos 54 mil milhões de euros em ajudas a diferentes Estados africanos, durante os próximos tempos.

O investimento Chinês no continente africano tem sido alvo de críticas de várias organizações internacionais, que acusam Pequim de defender os seus interesses e de esquecer-se das necessidades das populações locais, que vivem, em muitos casos, em condições de pobreza e sem acesso a necessidades básicas como a saúde, educação e alimentação.

Scratching the surface of China's aid to Africa w/ ChinaFile</a> <a href="https://twitter.com/AidData">AidData#ddj#datajournalismhttps://t.co/WbjSTbLGRbpic.twitter.com/ms0rHpt7yG

— Eva Constantaras (@EvaConstantaras) July 1, 2016

Que ética nos investimentos em África?

Segundo a ChinaFile, os grandes beneficiários do investimento chinês, como é o caso de Angola e de Moçambique, são países ricos em recursos naturais, especialmente em petróelo, diamantes e ouro. A China tem vindo a registar um ritmo médio de crescimento superior aos 10% anuais, o que levou a um aumento sem precedentes das taxas de consumo. A publicação digital diz também que muito do investimento se destina às regiões de onde são oriundos os chefes de Estado dos diferentes países, nem sempre correspondendo às necessidades mais urgentes da zona.

A China, no entanto, rejeita qualquer estratégia pouco honesta da parte do Governo e das suas políticas de investimento internacional.

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