O ex-primeiro-ministro português António Guterres ficou à frente na segunda votação secreta entre os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas para eleger o próximo secretário-geral da…
O ex-primeiro-ministro português António Guterres ficou à frente na segunda votação secreta entre os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas para eleger o próximo secretário-geral da ONU.
Guterres teve 11 votos de “encorajamento”, dois em sentido contrário e duas abstenções.
Na primeira ronda informal, em 21 de julho em Nova Iorque, o ex-primeiro-ministro português recebeu 12 votos de encorajamento e três “sem opinião” e não teve nenhum voto contra a sua candidatura à liderança da ONU.
Nesta segunda votação, um candidato teve um comportamento surpreendente: Vuk Jeremic, da Sérvia, que alcançou o segundo lugar com oito votos favoráveis, mas quatro “desencoraja” e três sem opinião.
Em terceiro lugar, ficou Susana Malcorra, também com oito votos “encoraja”, mas seis votos desfavoráveis e apenas um “sem opinião”.
O ex-Presidente esloveno Danilo Turk, que tinha ficado em segundo lugar na primeira votação, a 21 de julho, desce agora para quarto lugar com sete votos positivos, cinco negativos e três sem opinião.
Irina Bokova, que cumpre os dois requisitos que têm sido indicados nesta eleição – ser da Europa de Leste e mulher -, tem um resultado dececionante, com sete votos de desencorajamento, o mesmo número de países que encoraja a sua candidatura (apenas um não indicou opinião).
Augusto Santos Silva: “Guterres é um candidato particularmente habilitado para o exercício das funções de secretário-geral das Nações Unidas”O chefe da diplomacia portuguesa considerou hoje que o resultado obtido por António Guterres na segunda votação na ONU sobre os candidatos a secretário-geral demonstra que é um “candidato particularmente habilitado” para o exercício dessas funções.
“O resultado pelo engenheiro António Guterres na segunda votação indiciativa que se desenrolou hoje é muitíssimo positivo, é extremamente positivo, e mostra mais uma vez que o engenheiro Guterres é um candidato particularmente habilitado para o exercício das funções de secretário-geral das Nações Unidas e que esse é um facto que merece um reconhecimento geral como mostra mais uma vez o resultado de hoje”, referiu Augusto Santos Silva em declarações à Lusa.
Apesar de sublinhar que os resultados são reservados, tendo sido transmitidos pelo presidente do Conselho de Segurança ao embaixador de Portugal nas Nações Unidas, o chefe da diplomacia sublinhou que confirmam “o reconhecimento geral do elevado perfil do engenheiro Guterres e da sua condição de que é um candidato particularmente habilitado para o exercício das funções de secretário-geral das Nações Unidas nestas circunstâncias que são tão desafiadoras”.
Após saudar as restantes candidaturas, o ministro dos Negócios Estrangeiros enfatizou as características deste processo “longo e reservado, que decorre no âmbito do Conselho de Segurança, longe de ter terminado, e levará o tempo que os membros do Conselho de Segurança entenderem necessário para poderem avançar com uma recomendação de nome à Assembleia-geral das Nações Unidas”.
A organização espera ter encontrado durante o outono o sucessor de Ban Ki-moon, que termina o seu segundo mandato no final deste ano.