O salvamento do património imaterial da Humanidade

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Como garantir a sobrevivência das danças populares e da música tradicional?

Como garantir a sobrevivência das danças populares e da música tradicional? O Futuris foi até Tessalónica, na Grécia, conhecer um projeto europeu que consiste numa base de dados digital dedicada aos tesouros culturais imateriais da Humanidade.

O conceito de património imaterial pode não ser imediato. E é exatamente por isso – por consistir em manifestações artísticas populares que perduraram ao longo de gerações – que documentá-lo e explicá-lo é um desafio.

“Nós utilizamos as novas tecnologias para analisar a atividade do dançarino e registar os movimentos do corpo. Essa informação é depois tratada para descrever os diferentes passos da dança”, explica-nos Cosmas Dimitropoulos, engenheiro informático no centro tecnológico Hellas.

Os investigadores do projeto i-Treasures processaram sinais captados por sensores para identificar os elementos físicos recorrentes no seio de processos artísticos que remontam, por vezes, a milhares de anos.

O músico Paul Vignes, especialista em beat box, conduz-nos ao longo de uma das experiências: “Tenho dois microfones ligados ao meu nariz para captar as vibrações e a taxa de nasalação. A câmara regista o movimento dos lábios e o microfone, os dados sonoros. E há também um sensor de ultrassons para os movimentos da língua.”

Intangible Musical Instrument (update) https://t.co/aYSmh8Zz4M

— i-Treasures (@iTreasures_) 11 mars 2016

Seguindo esta abordagem, os cientistas têm aberto caminho para o desenvolvimento de instrumentos musicais inovadores. Sotiris Manitsaris, da École Nationale Supérieure des Mines de Paris (ENSMP), afirma que conseguiram “criar uma grande gama de sons sem passar por mecanismos intermédios entre o gesto e a música, sejam as teclas de um piano ou as cordas de uma guitarra.”

A urgência desta iniciativa é tanto maior quanto se multiplicam os apelos da Unesco para preservar o património cultural imaterial perante o ritmo vertiginoso da globalização.

Nikolaos Grammalidis, coordenador do projeto i-Treasures, salienta que “este projeto pretende contribuir para esse objetivo de preservação através de novas tecnologias que vão registar, analisar e partilhar este património cultural, sobretudo no âmbito de novas ferramentas pedagógicas e científicas.”

O arquivo digital pode ser útil também para definir estratégias económicas a nível local. “O grande princípio do projeto é partilhar e disponibilizar informação que pode ser utilizada no seio de vários setores, como o turismo e a educação”, diz-nos Marinos Ioannidis, da Universidade de Tecnologia de Chipre.

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