Vladimir Putin e Tayyip Erdoğan anunciam cooperação estratégica a nível político e comercial

Vladimir Putin e Tayyip Erdoğan anunciam cooperação estratégica a nível político e comercial
De  Francisco Fuentes com ANTÓNIO OLIVEIRA E SILVA, REUTERS
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O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, econtrou-se com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, em São Petersburgo, para reatar relações diplomáticas e comerciais.

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Com António Oliveira e Silva, Sandra Valdívia Teixeira, Reuters e Anadolou

O tempo das tensões entre Ancara e Moscovo parecem ter chegado ao fim e muito depressa, depois deste primeiro dia de encontros entre o presidente turco Reccep Tayyip Erdoğan e o presidente russo, Vladimir Putin, na cidade russa de São Petersburgo.

Uma aproximação estratégica que poderá ser benéfica tanto para a Rússia como para a Turquia, ambas no centro das críticas ocidentais por causa das suas políticas internas, mas também regionais.

Meeting with President of Turkey Recep Tayyip Erdogan RT_Erdogan</a> <a href="https://t.co/g8lCfy1LSs">https://t.co/g8lCfy1LSs</a> <a href="https://t.co/JpjkSFiDx8">pic.twitter.com/JpjkSFiDx8</a></p>&mdash; Vladimir Putin (PutinRF_Eng) August 9, 2016

A Rússia sofre sanções da parte da União Europeia depois da intervenção na Ucrânia e da anexação da península da Crimeia. Já a Turquia, é alvo de críticas depois da tentativa de golpe de Estado de 15 de julho de 2015, pelo tratamento dado aos que acusa de responsabilidade no golpe, mas também pelo que a União Europeia define como violações dos Direitos Humanos e ataques à liberdade de expressão. A crítica é feita também pela organização de defesa dos Direitos Humanos Amnistia Internacional.

Putin prefere “olhar em frente”

Críticas que não parecem ser partilhadas por Putin em relação a Ancara, já que o presidente da Federação Russa foi dos primeiros líderes mundiais a telefonarem a Tayyip Erdoğan depois da tentativa de golpe, felicitando o líder turco pelo falhanço dos opositores. Putin refere-se ao presidente e ao Governo turcos como amigos e diz que o importante é olhar em frente:

“Sim, passámos por momentos muito difíceis nas relações entre os nossos dois Estados, mas partilhamos a vontade de ultrapassar essas dificuldades pelo bem dos nossos cidadãos”.

O encontro assume-se como uma nova etapa nas relações políticas entre a Rússia e a Turquia, mas também como o início de novas relações económicas, comerciais e financeiras. Moscovo decidiu-se pelo fim das sanções ao seu mais recente aliado.

Relações que, para o presidente turco, mais do que voltar ao nível anterior ao da crise de novembro de 2015, deverão chegar a novos níveis.

Erdoğan quer “mais comércio do que antes da crise”

Segundo o presidente Tayyip Erdoğan, “a Turquia e a Rússia vão estabelecer os objetivos anuais de comercial na ordem dos 100 mil milhões de dólares”, “As nossas trocas comerciais eram da ordem dos 35 mil milhões de dólares e desceram para 27 mil milhões de dólares nos últimos tempos. Queremos chegar aos 100 mil milhões de dólares e estamos determinados a consegui-lo,” disse Erdoğan.

Putin e Erdoğan abordaram questões fundamentais em relação ao incremento das trocas comerciais entre os dois países.

Read the latest with #AnadoluPosthttps://t.co/QvG73wnmVspic.twitter.com/VInkyyGi54

— ANADOLU AGENCY (ENG) (@anadoluagency) August 9, 2016

Relativamente ao investimento russo na Turquia, foi abordado o futuro do projeto do gasoduto Turkstream, assim como o desenvolvimento de uma central nuclear. As exportações agrícolas (de especial importância para a economia turca) e o turismo também não foram esquecidos.

Ultrapassar diferenças em relação à Síria

Já as questões de política externa e regional, nomeadamente as diferentes posições de Ancara e Moscovo relativamente ao conflito na Síria, Putin e Tayyip Erdoğan anunciaram aos jornalistas que deveriam abordar temas de cooperação regional e diplomática para encontrar uma solução pacífica para o conflito, apesar “das diferenças de visão entre os dois Estados.” A Rússia decantou-se pela intervenção militar na guerra da Síria, protegendo o presidente Bashar al-Assad e atacando pontos dominados pelos rebeldes. Moscovo tem sido fundamental para o novo equilíbrio de forças na região.

Já a Turquia, não esconde o desejo de ver al-Assad abandonar o poder. Além disso, é uma peça fundamental na gestão da chamada crise dos migrantes e refugiados, como ponto de passagem fundamental para milhares de pessoas que fogem dos conflitos armados na Síria, no Iraque, mas também de grupos militantes como os jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico ou Daesh (pela sigla em língua árabe).

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