Rússia alega que terão sido os rebeldes da oposição síria e não num ataque aéreo; Estados Unidos falam em bombardeamento por aviões de fabrico russo.
A guerra da contrainformação voltou ao palco do conflito na Síria. No mesmo dia em que o secretário de Estado norte-americano, o enviado especial das Nações Unidos à Síria e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia se voltaram a sentar à mesma mesa, o Ministério da Defesa russo divulgou imagens dos alegados momentos antes do trágico ataque de segunda-feira à noite contra um comboio humanitário perto de Alepo.
Russian defense ministry: Aid convoy in Aleppo was followed by terrorists’ truck with mortar https://t.co/ptVwK0lBDE
— TASS (@tassagency_en) 20 de setembro de 2016
(Ministério russo da Defesa: comboio de ajuda em Alepo foi seguido por terroristas.)
Pelas imagens, alegadamente captadas por um drone que terá sobrevoado a coluna de camiões, os responsáveis russos dizem ter identificado viaturas estranhas ao comboio humanitária a circular na mesma estrada e no mesmo sentido. Os veículos estariam armados com artilharia pesada e seriam pertencentes aos rebeldes da oposição síria, os quais a Rússia sugere terem sido os autores do ataque, alegando que, ao contrário do avançado inicialmente, este não teria sido um ataque aéreo.
'Russian Sukhoi SU-24 jets carried out the airstrike on humanitarian aid convoy on Monday' https://t.co/s1DwOSrHiP
— DAILY SABAH (@DailySabah) 20 de setembro de 2016
Ao mesmo tempo, fontes oficiais dos Estados Unidos terão revelado de forma anónima à Reuters fortes suspeitas de que o ataque ao comboio humanitária teria partido de dois caças Sukhoi-24, de fabrico russo, com base na localização registada dos aviões à hora do ataque.
“A aviação russa e a aviação síria não lançaram qualquer ataque aéreo contra uma coluna humanitária da ONU a sudoeste de Alepo”, declarou, entretanto, o general Igor Konachenkov, porta-voz do ministério num comunicado citado pelas agências russas.
The Latest: Russia denies Russian warplanes or those of Syrian government carried out deadly airstrikes on convoy. https://t.co/cz7jCz8amU
— The Associated Press (@AP) 20 de setembro de 2016
De acordo com o Crescente Vermelho, uma organização humanitária árabe afeta à Cruz Vermelha, do ataque ao comboio humanitário, em que foram atingidos 18 dos 31 camiões carregados com bens de assistência destinados a mais de 70 mil pessoas, terão resultado pelo menos 21 mortos, incluindo o elemento da organização humanitária.
Em Genebra, na Suíça, o porta-voz da ONU da agência para as questões humanitárias avisou que “se se chegar à conclusão de que este cruel ataque foi deliberado contra a ajuda humanitária, será o equivalente a um crime de guerra”.
“Peço uma investigação imediata, imparcial e independente a este trágico incidente. O agressor tem de saber que um dia irá ser responsabilizado por violações de leis internacionais de direitos humanos”, afirmou o dinamarquês Jens Laerke.
Em simultâneo, o porta-voz da agência da ONU anunciou a suspensão de toda a ajuda humanitária na Síria até que a segurança seja de novo garantida.
Em Nova Iorque, após mais uma reunião do Grupo Internacional de Apoio à Síria (ISSG, na sigla inglesa, e que integra 23 países), liderada por John Kerry, Staffan de Mistura e Sergei Lavrov, o secretário de Estado norte-americano revelou esperança num acordo. “O cessar-fogo na Síria não está morto”, garantiu John Kerry.
Uma nova reunião do ISSG ficou marcada para o final desta semana.
At International #Syria Support Group meeting today, reaffirmed the need to reduce violence and allow safe, unimpeded flow of aid. #ISSGpic.twitter.com/dvJSImLqTe
— John Kerry (@JohnKerry) 20 de setembro de 2016
(O Grupo de Apoio reafirmou a necessidade de reduzir a violência
e permitir o fluxo de ajuda em segurança e sem impedimentos.)
Attended #ISSG mtg earlier. I remain deeply concerned by continued violations of the ceasefire in #Syria, especially by the #Assad regime
— Boris Johnson (@BorisJohnson) 20 de setembro de 2016
Readout of #ISSG mtg. Imperative to pursue nationwide cessation of hostilities in #Syria. Need immediate, safe flow of humanitarian supplies pic.twitter.com/GgqMIzHfgK
— John Kirby (@statedeptspox) 20 de setembro de 2016
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statedeptspox</a>: Finally, <a href="https://twitter.com/hashtag/ISSG?src=hash">#ISSG</a> agreed to meet again later in the week to discuss next steps. <a href="https://twitter.com/hashtag/Syria?src=hash">#Syria</a> <a href="https://t.co/jehnFI32qG">https://t.co/jehnFI32qG</a></p>— U.S. Embassy Syria (
USEmbassySyria) 20 de setembro de 2016