Síria: 100 crianças mortas nos bombardeamentos de Alepo

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De  Dulce Dias  com AFP, Reuters, AP, UNTV
Síria: 100 crianças mortas nos bombardeamentos de Alepo

A batalha de Alepo prossegue: as forças de Damasco tentam retomar as zonas da cidade controladas pelos rebeldes, e contam com o apoio da aviação russa – que, em cerca de um ano, já matou mais de 3800 civis. Dados, divulgados pelo Observatório Sírio dos Direitos do Homem, sediado em Londres, e desmentidos por Moscovo.

Nas duas últimas semanas, os bombardeamentos provocaram 338 mortos, incluindo 106 crianças

Rick Brennan Organização Mundial de Saúde

No terreno, a proteção civil não tem mãos a medir, como explica Ismail Abdallah: “Os ataques aéreos russos contra Alepo continuam. Todos os dias há dezenas de ataques aéreos em toda a cidade. Aqui, no bairro de al-Ansari, usam bombas não-identificadas e dois prédios estão a arder. E, como se pode ver, recuámos, porque não temos veículos suficientes. Usamos cisternas normais porque não temos suficientes cisternas de bombeiros.”

A ONG Médicos Sem Fronteiras, apelou, esta sexta-feira, a Damasco e a Moscovo, para que ponham fim ao que chamou de “banho de sangue”.

A Organização Mundial da Saúde, da ONU, fala mesmo de uma situação “insondável” no terreno.

“Nas duas últimas semanas, os bombardeamentos provocaram 338 mortos, incluindo 106 crianças. 846 pessoas ficaram feridas, um terço das quais, crianças”, explica Rick Brennan, da OMS, que acrescenta: “Há poucos dias, como devem saber, os dois maiores hospitais de Alepo foram deliberadamente atacados e não estão em funcionamento, o que reduz drasticamente a capacidade dos profissionais de saúde da cidade a salvar a vida de crianças, mulheres e civis inocentes”.

O exército sírio e os aliados de Bashar al-Assad lançaram, há uma semana, uma nova ofensiva para retomar as zonas rebeldes de Alepo, onde se estima que cerca de 250.000 pessoas continuem a viver.