O drama de uma família de Mossul captado pelas câmaras

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De  Ricardo Figueira
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Entrevista com a família cuja fuga de Mossul foi gravada em tempo real pela televisão francesa.

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Estão agora em segurança num campo de refugiados, depois de terem vivido quase dois anos sob as garras do Daesh em Mossul. Há seis meses, Mahmud, a mulher e os quatro filhos arriscaram tudo e fugiram. A emoção ainda está à flor da pele. A fuga foi captada por uma equipa da televisão francesa, France 2, que estava no local.

Em abril, depois do recolher obrigatório, de noite, a família atravessou os campos minados que os separavam das posições dos peshmergas curdos. A poucos metros do objetivo, aconteceu algo: “Andámos um pouco e passámos as trincheiras. Nessa altura, pus-me de pé, olhei, vi os meus pais e foi então que a explosão aconteceu”, conta Amar, uma das crianças da família.

Atingido pela mina e inconsciente, o rapaz perdeu a vista imediatamente. Salooan, o irmão, ficou gravemente ferido na barriga. Foi um soldado peshmerga que o levou ao colo para um lugar seguro: “Operámo-lo para extrair metralha que se tinha alojado no corpo. Ele é um herói”, conta Mahmud, o pai.

Tendo em conta os perigos que enfrentaram para fugir, é um milagre que a família esteja completa. Foi uma decisão arriscada mas, segundo a mãe, não havia outra solução: “Estávamos sob pressão psicológica, as mulheres não podiam sair e são obrigadas a usar o niqab. Estamos completamente nas mãos deles”, conta.

Amar acrescenta: “São uns cães. Se não vais rezar à mesquita executam-te, se te veem à porta de casa à hora das orações matam-te. Levam-te tudo. Se não tens uma barba suficientemente longa, matam-te. Executam-te sob todo e qualquer pretexto”.

“Peço às forças de segurança do Iraque e aos países de todo o mundo que tirem estas famílias às garras do Daesh. Se não libertarmos todas as cidades e aldeias, todas as zonas controladas pelo Daesh, vão todos sofrer a mesma sorte que o Amar”, alerta o pai da família.

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