Moscovo rejeita acusações da Turquia no assassinato de embaixador Karlov

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De  Francisco Marques com lusa, interfax, tass, anadolu
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Ancara aponta o dedo a conhecido opositor do Presidente Erdogan, atualmente exilado nos Estados Unidos, mas a Rússia entende ser muito cedo para tirar conclusões da investigação.

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A Rússia declarou esta quarta-feira ser ainda muito cedo para se concluir quem está por trás do assassinato na capital da Turquia do embaixador russo Andrei Karlov.

O crime ocorreu segunda-feira à noite, em Ancara, e foi cometido por um jovem polícia turco, de 22 anos, conhecido por ter feito pelo menos em oito ocasiões parte da segurança privada do Presidente Recep Tayyp Erdogan.

KremlinRussia_E</a> expects to get names of those responsible for ambassador <a href="https://twitter.com/hashtag/Karlov?src=hash">#Karlov</a>’s murder <a href="https://t.co/i6wKfmDK0z">https://t.co/i6wKfmDK0z</a></p>&mdash; TASS (tassagency_en) 21 de dezembro de 2016

A contenção do Kremlin surge depois de o Governo turco ter responsabilizado pelo crime a FETÖ, uma suposta organização terrorista alegadamente liderada por Fethullah Gülen, o líder religioso turco exilado nos Estados Unidos e conhecido opositor do Presidente Erdogan.

O assassinato está a ser investigado pelas autoridades russas, mas agora também com a participação de 18 especialistas enviados pelo Kremlin após acordo alcançado ao telefone entre ambos os presidentes, Vladimir Putin e Recep Tayyp Erdogan.

Numa reunião realizada, terça-feira, em Moscovo entre responsáveis diplomáticos da Rússia, do Irão e da Turquia para debater o conflito sírio, os líderes diplomáticos russo e turco manifestaram a intenção de evitar que o assassinato do embaixador russo prejudique os esforços de reaproximação que têm vindo a ser feitos entre ambos os países.

À margem da reunião, Sergei Lavrov e Mevlüt Cavusoglu depositaram flores diante de uma fotografia do embaixador exposta bem à vista no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Moscovo. Andrei Karlov foi ainda alvo de um minuto de silêncio na Duma, o parlamento russo.

Rusya Devlet Başkanı Sayın Putin’in şahsında, dost Rus halkına ve Sn Karlov'un ailesine üzüntülerimi ve başsağlığı dileklerimi iletiyorum.

— Recep Tayyip Erdoğan (@RT_Erdogan) 19 de dezembro de 2016

(Erdogan: “Ao Presidente da Rússia, na pessoa do senhor Putin, aos nossos amigos russos e à família do senhor Karlov expresso a minha tristeza e envio as minhas condolências.)

Por fim, Vladimir Putin decretou a distinção a título póstumo de Andrei Karlov com “o grau de Herói da Rússia, pela tenacidade e coragem mostradas durante o mandato como embaixador da Rússia na República da Turquia e pelo seu grande contributo para a implementação da política externa russa”, lê-se no decreto, citado pela agência Tass.

Andrei Karlov awarded the title of Hero of the Russian Federation https://t.co/OJtG445ZjD

— President of Russia (@KremlinRussia_E) 21 de dezembro de 2016

O Presidente russo confirmou ainda a presença, esta quinta-feira de manhã, na cerimónia fúnebre civil de Karlov, cuja cerimónia religiosa está marcada para a parte da tarde na Catedral do Cristo Redentor, onde a missa será liderada pelo Patriarca Cirilo, líder da igreja ortodoxa de Moscovo e de toda a Rússia.

A Embaixada abre o Livro de Condolências por motivo do falecimento trágico do Embaixador na Turquia Andrey G. Karlov https://t.co/CSYtd3ptBPpic.twitter.com/1GeQnLo5Id

— Embaixada da Rússia (@EmbaixadaRusPT) 20 de dezembro de 2016

Foi também noticiado pela agência russa Interfax que também os sinos da catedral russa da Trindade Cheia de Vida, em Pyongyang, capital da Coreia do Norte.

Andrei Karlov foi o embaixador russo colocado na capital norte-coreana entre 2001 e 2006, período no qual ajudou à construção da referida catedral e na qual se viria casar há 10 anos numa cerimónia matrimonial liderada pelo Patriarca Cirilo, na altura chefe do Departamento Sinodal para as Relações Externas da Igreja ortodoxa russa.

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