Washington e Seul acreditam que Kim Jong Nam foi assassinado na Malásia

Com Reuters, Associated Press e Yonhap
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul acreditam que o meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong Un, foi assasinado por agentes daquele país na Malásia, sem que tenham sido, até ao momento, fornecidos detalhes sobre a morte de Kim Jong Nam de forma oficial.
Alguns media sul coreanos, no entanto, avançaram detalhes relativos ao suposto assassinato, que dizem ter sido levado a cabo por duas agentes norte-coreanas, com recurso a um tipo de veneno utilizado em agulhas que teriam sido espetadas na vítima, como é o caso da agência noticiosa Yonhap.
Segundo a mesma agência, o assassinato teria sido confirmado pelos serviços de inteligência da Coreia do Sul:
(LEAD) Spy agency confirms murder of N.K. leader's half brother https://t.co/0E8JMCA2if
— Yonhap News Agency (@YonhapNews) 15 de fevereiro de 2017
Segundo a Associated Press, Nam teria sido atacado com um spray, equanto esperava para embarcar num voo para Macau, na zona comercial do terminal de voos de baixo custo do aeroporto. A agência cita uma fonte do Governo malaio, que teria falado sob anonimato.
A agência Reuters diz que as autoridades de Kuala Lumpur confirmaram que um homem, de 46 anos, com um passaporte em nome de Kim Cho, morreu numa ambulância, quando era levado para o hospital. O indivíduo teria a intenção de viajar para Macau, quando teria sido alvo de um ataque. Kim Jong Nam visitava regularmente Macau, tal como Hong Kong, Singapura e a Malásia. Viveria desde há muitos anos na China.
O Governo malaio não tinha confirmado, de forma oficial, até às primeiras horas da manhã de quarta-feira, que se tratava do irmão mais velho do presidente da Coreia do Norte.
Kim Jong Nam e Kim Jong Un são ambos filhos do antigo presidente Kim Jong II, falecido em 2011, embora tenham mães diferentes.
Alguns analistas defendem que a possibilidade de que Nam viesse a substituir o atual líder norte-coreano poderá ter sido um motivo para que o primeiro fosse assassinado.
As críticas da parte de Kim Jong Nam à própria família e ao Governo da Coreia do Norte eram conhecidas. No entanto, este disse não ter qualquer interesse em assumir a liderança do país e chegou a desejar boa sorte ao irmão mais novo.
Se o assassinato vier a ser confirmado pelas autoridades malaias, seria mais um episódio numa série de mortes durante uma década, com o objetivo de silenciar todos os que enfrentaram o poder daquele que é considerado como o Estado soberano mais isolado do mundo.
As autoridades sul-coreanas dizem que Lee Hanyoung, primo de Kim Jong Nam, que desertou para o país em 1982, depois de passar pela Suíça, foi assassinado por agentes norte-coreanos em Seul, 15 anos mais tarde.