França: Investigado por suspeita de criação de empregos fictícios para as filhas, ministro do interior demite-se

França: Investigado por suspeita de criação de empregos fictícios para as filhas, ministro do interior demite-se
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De  Nelson Pereira
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Le Roux empregou as filhas como assistentes parlamentares quando era deputado e elas estudantes, entre 2009 e 2016

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O ministro do Interior francês, Bruno Le Roux, demitiu-se do cargo esta terça-feira, após o anúncio pela Procuradoria financeira francesa da abertura de um inquérito judicial preliminar sobre a suspeita de criação por Le Roux de empregos fictícios para as filhas, quando era deputado.

Le Roux anunciou numa declaração à imprensa que apresentou um pedido de demissão ao presidente francês, François Hollande, porque considerou que é sua responsabilidade “preservar a ação governamental”, depois de a Procuradoria financeira ter aberto uma investigação sobre os contratos.

A investigação foi confiada à Direção Central para o Combate à Corrupção e Infrações Financeiras e Fiscais (Oclciff), segundo um comunicado da Procuradoria financeira.

De acordo com um programa emitido pela cadeia televisiva TMC, Bruno Le Roux empregou as filhas com contratos a termo certo quando estas eram estudantes de liceu e universitárias, entre 2009 e 2016, por um montante total de cerca de 55 mil euros. As filhas tinham 15 e 16 anos à data dos primeiros contratos (24 na totalidade).

Em declarações à emissora RTL, na sequência do anúncio da Procuradoria Financeira, o secretário-geral dos socialistas, Jean-Christophe Cambadélis, fez questão de frisar que “neste momento nada permite afirmar que se tratou de emprego fictício”.

“A questão não é se ele contratou membros da família, mas sim se o trabalho foi feito ou não. Se o trabalho não foi concluído, então sim, trata-se de um pagamento adicional que constitui um verdadeiro problema moral, político e ético”, disse Cambadélis.

O candidato do PS à eleição presidencial, Benoît Hamon, comentou em Bruxelas, à margem de encontros com Jean-Claude Juncker e Pierre Moscovici, que a justiça deve aplicar-se a todos. A 33 dias do ecrutínio, “Não é bom para mim, porque ele é socialista e isto cria uma simetria com o caso Fillon”, lamentou Hamon.

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