Livadia: Um modelo grego no acolhimento aos refugiados sírios

Livadia: Um modelo grego no acolhimento aos refugiados sírios
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Livadia, na Grécia, tornou-se num paraíso para alguns refugiados sírios.

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Livadia, na Grécia, tornou-se num paraíso para alguns refugiados sírios. A cidade pôs em funcionamento o sistema de “Acomodação de Solicitadores de Asilo e Recolocação de Candidatos”, fundado pela União Europeia e administrado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Hanan,Youset e a família fazem parte dos escolhidos. Vivem num apartamento arrendado e têm um cartão de pagamentos para cobrirem as despesas essenciais.

‘‘Agora temos uma vida normal, como toda a gente. Os meus filhos vão à escola. Não é a escola que eu quero, mas é uma escola. Tenho casa, com uma cozinha, uma casa de banho… Posso dizer que tenho uma vida normal”, conta Hanan.

A família tem 500 euros por mês para as despesas, por ter quatro filhos. O cálculo é feito em função do número de pessoas.

O mais novo é o pequeno Ahmad, que nasceu no campo de refugiados de Ritsona há nove meses. Os Hanash passaram 9 meses numa tenda, com uma família de seis pessoas. Todos tentam esquecer esse tempo e agora fazem planos para o futuro.

‘‘Tenho alguns amigos na Irlanda e estão a ajudar-me para ir para lá. Já tenho permissão do Alto Comissariado para ir para a Irlanda. Disseram-me que pode demorar dois ou três meses. Estou à espera”, explica Youset Hanash.

A família Hanash vivia em Idlib, na Síria e chegou a Livadia em dezembro passado. Youset era proprietário de uma fábrica de laticínios. Tinha 30 empregados.

Hanan vai sair com a família. Regularmente a municipalidade organiza encontros entre os refugiados, onde as famílias partilham a comida das suas regiões de origem.

A cidade de Livadia acolhe neste momento 294 refugiados sírios, agrupados em famílias, mas, no total, 70 apartamentos acolhem 420 candidatos a recolocação e solicitadores de asilo em situação de vulnerabilidade. Para realojar os refugiados, o município procura os aprtamentos fechados na cidade e, em período de crise económica, alojamento não falta.

A presidente da autarquia, Yiota Poulou, considera que a cidade ganhou muito com este projeto: “É uma cidade modelo que acolhe os refugiados e lhes dá condições decentes de vida. Acreditamos na solidariedade. Ao mesmo tempo, a cidade retira benefícios económicos. Em tempo de crise, em 2017, isso significa um reforço ecómico local de 1.200.000 euros. É muito importante”.

Enquanto os jovens locais e os refugiados jogem futebol, as crianças vão à escola. As crianças gregas e as refugiadas têm aulas de desporto e música em conjunto, mas os pequenos sírios aprendem o grego separadamente.

Niki Stergiou é a professora da escola primária dos meninos refugiados. Agora já confiam nela, mas no princípio, em janeiro, não foi fácil: ‘‘Nos primeiros dias, a situação era caótica na sala de aula. Parecia que não me ouviam nem me respitavam. Pareciam não perceber que eu era a professora e que eles tinham que respeitar algumas regras. Quando estavam furiosos ou se chateavam entre eles costumavam pegar nas mochilas e sair da escola. Alguns saltavam as grades do pátio e tentavam fugir”.

O repórter Apostolos Staikos, comenta:
“Para muitas crianças refugiadas, esta foi a primeira escola. Aprendem uma língua que nem sequer sabiam que existia. Vivem num país que é suposto ser uma passagem no caminho em direção ao norte da Europa. Mas agora, com o apoio da comunidade local, estão a construir uma nova vida”.

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