Jordi Savall ressuscita "Alcione" e a Ópera Cómica de Paris

Em parceria com
Jordi Savall ressuscita "Alcione" e a Ópera Cómica de Paris
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Tempestades, traições, deuses e reis: o barroco como nunca se viu antes. Há quase 250 anos que Paris não via "Alcione", a obra-prima de Marin Marais.

Há quase 250 anos que Paris não tinha a oportunidade de ver “Alcione”,a obra-prima de Marin Maraisque regressou agora numa versão fulgurante assinada por Jordi Savall e Louise Moaty ao palco da Ópera Cómica. Entre deuses e reis, assistimos à trágica epopeia do amor de Alcione e Céix.

Tudo renasceu a partir da persistência de Jordi Savall, o compositor e maestro catalão. “Passei toda a minha vida profissional, desde 1965, a abordar o mundo do barroco através da música de Marin Marais. Há muito tempo que o meu sonho era transpor para os palcos o mundo poético e expressivo da sua ópera”, diz-nos.

Para Savall, “se fizermos uma ópera de Mozart e as coisas não funcionarem, as pessoas dizem: ‘que má interpretação!’ Mas ninguém diz: ‘que compositor medíocre!’ No entanto, se apresentarmos uma obra pouco conhecida e as coisas correrem mal, aí dizem: ‘é o compositor que é aborrecido’. Esta redescoberta de Alcione tem de revelar o génio de Marin Marais”.

A ópera e o mar

Ainda para mais, “Alcione” veio inaugurar a renovada Ópera Cómica parisiense, após 20 meses de interregno. Uma conjugação de fatores inigualável, portanto, para a encenadora, Louise Moaty. “Estamos muitos emocionados com o facto de ser Alcione a fazer a reabertura. A ideia do projeto cenográfico é prestar homenagem à maquinaria do teatro e mostrar o lado de dentro do cenário. Ou seja, estamos totalmente dentro do tema”, afirma.

“Alcione” de Marin Marais à l'Opéra comique : poétique et acrobatique https://t.co/TZY3Nvp1Ozpic.twitter.com/GXtJBRvPV7

— Culturebox (@Culturebox) 29 de abril de 2017

“A maquinaria original foi inventada por marinheiros. Continua a haver nos palcos as mesmas superstições que nos barcos. Não se pode dizer a palavra ‘corda’, por exemplo. A ligação desta obra ao mundo dos marinheiros está bem patente na cena da tempestade. Foi realmente uma oportunidade para fazer uma ligação entre os dois universos e evidenciá-la”, aponta Moaty.

O papel de Alcione foi entregue à mezzo-soprano franco-italiana Lea Desandre que nos revelou que “Jordi Savall pediu muita precisão, sobretudo nos sons sem vibração, caraterísticos da música barroca. Isso exigiu-nos muito trabalho porque a voz vibra naturalmente. Por isso, temos de estar sempre a controlar-nos”.

__________________________________

“Alcione” será apresentada em Versalhes a 8/10/11 de junho e em Caen a 10/12 de janeiro de 2018.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Os segredos por detrás da criação de "Alcione"

Talentoso jovem maestro ganha Prémio Herbert von Karajan

Prémio Herbert von Karajan para Jovens Maestros: uma experiência emocionante