O novo Presidente da Coreia do Sul anuncia-se disposto a negociar com Pyongyang, Pequim e Washington no primeiro discurso oficial.
A Coreia do Sul elegeu Moon Jae-in como novo Presidente da República e no primeiro discurso oficial durante a cerimónia de empossamento, o primeiro liberal em quase uma década na presidência mostrou já ter agenda.
Moon Jae-in relevou o lado de especialista em defesa de Direitos do Homem ao anunciar-se disposto a visitar Pyongyang, se reunidas as condições, e a negociar com Washington e Pequim.
South Korea’s New President, Moon Jae-in, Promises New Approach to North https://t.co/HUCmDyPtYL
— The New York Times (@nytimes) 10 mai 2017
Os Estados Unidos são aliados de Seul e o sistema de defesa antimíssil montado no país intimida a China, importante aliado comercial da Coreia do Sul.
Tendo- se declarado disposto a uma presidência inclusiva mesmo para os que não o apoiam, Moon Jae-in parece ter pressa em apaziguar a tensão acumulada nos últimos meses na Península Coreana.
Jae-in sucede a Park Geun-hye, em julgamento num enorme escândalo de corrupção e destituída em Março.
Num país em que o eleitorado está dividido e isso se reflecte num parlamento fracturado, os 41 por cento garantidos por Jae-in para a vitória enfrentaram 24 por cento do candidato conservador leal a Geun-hye. O que era tido como concorrente directo de Jae-in, centrista, teve 21.4 por cento de votos. Contudo, a margem de vitória de Monn Jae-in é confortável.
Moon Jae-in vai precisar de acordos políticos e parcerias partidárias no parlamento para criar os antecipados 500 mil postos de trabalho ou reformar os conglomerados económicos geridos por clãs e atacar a corrupção que se tornou o elemento latente destas eleições.
A participação eleitoral teve números recorde nos últimos 20 anos, num país de divisão ideológica e geracional de 51 millhões de pessoas.