Talibãs negam autoria do atentado no centro de Cabul

O atentado desta quarta-feira, à entrada da zona de alta segurança, em Cabul, no Afeganistão, que matou 90 pessoas e deixou feridas 463, foi o ataque mais sangrento dos últimos 15 anos no país. Um camião armadilhado explodiu próximo da embaixada alemã e não muito longe da presidência, logo de manhã, quando milhares de pessoas se dirigiam aos empregos.
As reações dos líderes mundiais sucederam-se ao longo do dia. A chanceler alemã, Angela Merkel, diz-se chocada, mas determinada a combater e vencer o terrorismo:
“Hoje estamos unidos no choque e na tristeza por todo o mundo, mas também determinados. Todos nós que acreditamos nas leis, na liberdade e na dignidade humana, na Europa, na América, na África e, claro, no Afeganistão, vamos liderar a luta contra o terrorismo e vamos vencê-lo”.
O ataque ainda não foi reivindicado e, apesar de os talibãs terem negado a sua autoria, os serviços secretos do Afeganistão acusam a rede talibã, Haqqani, sedeada no Paquistão.
“O ataque bárbaro de Cabul foi planeado pela rede Haqqani no Paquistão e contou com a direção e a cooperação direta da agência de espionagem do Paquistão (ISI)”, denunciou a agência dos serviços secretos do Afeganistão em comunicado.
O governo afegão tem vindo a acusar o Paquistão de estar por detrás de uma “guerra não declarada” contra o Afeganistão e de dar abrigo aos terroristas da rede Haqqani.
Segundo algumas fontes, o objetivo dos terroristas não era a zona das embaixada, mas um local desconhecido, onde os autores do ataque se dirigiam quando foram interpelados pelas forças de segurança.
A missão da NATO no Afeganistão indicou em comunicado que as tropas afegãs detiveram os atacantes antes de estes entrarem na zona de alta segurança.