Ao longo de 15 anos, Pappano e Kaufmann desenvolveram uma cumplicidade artística que consideram única.
Foi sobretudo a perspetiva de trabalhar com Antonio Pappano que convenceu Jonas Kaufmann a aceitar o papel de Otello,na encenação de Keith Warner. Ao longo de 15 anos, o maestro e o tenor desenvolveram uma cumplicidade artística que consideram única.
“O papel de Otello é determinante numa carreira. Não se deve arriscar muito cedo, nem encará-lo com ligeireza. No papel, pode parecer que não há problema, que é exequível. Mas quando se acrescentam as emoções, a paranoia que vem com o ciúme, as suspeitas… De repente, tudo se torna dez vezes mais difícil. Um maestro tem de ser sensível às necessidades dos cantores, ao ritmo mais adequado para eles. Mas é também preciso orientá-los, trabalhar com eles, levá-los a dar os desempenhos mais criativos porque é de imaginação que necessitamos, assim como de interações autênticas entre os personagens”, aponta Pappano.
Contemplating being late for work to listen to
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— The Royal Opera (@TheRoyalOpera) 20 juin 2017
Já Kaufmann realça que “é uma decisão crucial quando escolhemos fazê-lo pela primeira vez e com quem. Tem de ser com pessoas em quem tenhamos confiança, que nos ajudem se necessário, que partilhem a nossa interpretação da música. O Antonio Pappano responde a todos estes critérios. Pode fazer-se música a partir de uma estrutura e seguir a sua lógica para obter um resultado. Ou podemos começar com as emoções e usar a música como um veículo para expressá-las. É essa perspetiva que eu e o Antonio temos”.