Todas as semanas chegam cerca de 12 mil crianças aos campos de refugiados no Bangladesh, fugindo da fome e da violência em Myanmar.
Um inferno na Terra. É este o cenário em que vivem quase 340 mil crianças rohingya em campos de refugiados no Bangladesh. Aqui, segundo um relatório apresentado esta sexta-feira pela Unicef, falta quase tudo: comida, água potável ou cuidados de saúde.
A cada semana que passa, cerca de 12 mil crianças chegam a estes acampamentos em fuga da fome e da violência em Myanmar. Desde agosto já 600 mil refugiados desta minoria muçulmana deixaram a antiga Birmânia, onde as Nações Unidas denunciaram estar em curso uma limpeza étnica.
Horror
— UNICEF (@UNICEF) October 20, 2017
Violence
Loss
Learn about reality for #Rohingya refugee children in our child alert → https://t.co/oemNVESKnL#ChildrenUnderAttackpic.twitter.com/6UTHz4qTRW
“Estas crianças sentem-se tão abandonadas, tão completamente isoladas e sem… sem meios de encontrar apoio ou ajuda. E, de certa maneira, não é uma surpresa que eles realmente vejam este lugar como um inferno na terra”, afirmou Simon Ingram, autor do relatório da Unicef, numa conferência de imprensa realizada esta sexta-feira.
Myanmar, um país de maioria budista, não reconhece os rohingya como uma minoria étnica. Por isso, impõe várias restrições, como a ausência de documentos, sendo as crianças um dos grupos mais afetados. De acordo com o relatório apresentado, multiplicam-se também os relatos de abusos sexuais, casamentos forçados ou trabalho infantil.
Robbed of their childhood.
— UNICEF (@UNICEF) October 20, 2017
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Estima-se que uma em cada cinco crianças com menos de cinco anos esteja mal nutrida ou a necessitar de algum tipo de assistência médica. Além da ajuda humanitária, a Unicef apela a que as fronteiras continuem abertas para se poder proteger as crianças.